Investir em matérias-primas estava reservado apenas para traders através de contratos de futuros e forwards que tinham o tempo e a capacidade de operar de forma activa. É assim que se operam de forma mais pura nos mercados financeiros as matérias-primas (assim como as moedas, os índices accionistas e os contratos de taxas de juro e outros activos subjacentes).
Mas os ETFs revolucionaram a forma de incluí-los nas carteiras com relativa facilidade. Os ETFs de commodities são uma categoria que se tornou rapidamente na forma mais popular de investir neste tipo de ativos tão voláteis para os investidores retalhistas, que no passado tinham estado fora do alcance de muitos investidores.
Há muitos ETFs que replicam uma cesta de matérias-primas em geral diversificadas, mas também há ETF que replicam subsectores ou subíndices de matérias-primas, e diversos produtos em particular de cada produto.
O investimento pode ser linear, ou seja, sem alavancagem ou leverage, mas também existe a possibilidade de investir em produtos apalancados e/ou inversos. Os EUA concentram a operatória, mas também há no Canadá, Grã-Bretanha e outras praças fortes para esta classe de ativos.
O que são os ETFs
Os ETFs são fundos de investimento cotados, ou seja, que são patrimônios sem personalidade jurídica que permitem canalizar os investimentos de muitos investidores. É necessário, independentemente do uso de derivados ou de qualquer outro mecanismo de cobertura ou direcional nos termos previstos pela lei, de um ativo ou ativos nos quais investir as contribuições dos clientes.
O que é um ETN
Nem todos são ETF, mas também existem os denominado ETN. Os ETN, pelo contrário, foram concebidos como um passivo não garantido, pelo que é uma DEUDA. Um passivo da instituição que emite e, como toda a dívida, tem risco de contrapartida. Esse é o principal defeito que possuem, pois há que analisar minuciosamente quem o emite, que é quem, em definitivo, o garante.
É por isso que os emitentes costumam oferecer medidas de proteção (mais ou menos eficazes) através de colaterais ou de contratos de seguro fornecidos por terceiros.
Servem para diminuir o risco de contraparte. De existir, quanto mais contingências cubram ou melhores sejam, menor será o risco de comprar um ETF para o investidor. São produtos padronizados, listados nas bolsas, e têm todos os benefícios que possuem as ações ordinárias em termos de liquidez, simplificação na compra/venda e acesso ao investidor retalhista. Muitas vezes estes ETFs criam uma demanda artificial para um subjacente, pois responde a uma necessidade financeira e não a um interesse real, inflando seus preços artificialmente.
Os ETN, pelo contrário, não requerem um investimento direto no subjacente, mas apenas replicar o comportamento do mesmo através do instrumento derivado escolhido. Por conseguinte, a capacidade de influenciar o mercado é muito menor. Outra grande vantagem dos ETN é o menor tracking-error
Já que se replica ao índice e não aos seus componentes, por isso não se vê prejudicado pelos processos de ajuste que o índice sofre. Os ETN têm uma data específica de redenção, embora o banco emissor possa permitir a redenção antecipada das notas. O principal a ter em conta é que os ETN têm risco de incumprimento, como qualquer outro instrumento de dívida.
Índices relevantes em matéria de matérias-primas
O Índice CRB elaborado pela Reuters/Jefferies e que é muito seguido pelos investidores e analistas para saber como se encontra o setor de commodities a nível global. É o índice do setor mais relevante, embora existam outros índices relevantes, que se diferenciam pela sua exposição a determinado subsector ou outro.
Os ETN são uma figura mais ampla em que pode ser investido não apenas em matérias-primas, mas em outros tipos de instrumentos. Existem três tipos particulares de ETN: Exchange-traded certificates, Exchange-traded currencies e Exchange-traded commodities (ETC). Estes últimos são bem específicos e diferenciam-se dos ETN porque são apenas de matérias-primas.
O POWERSHARES DB COMMODITY INDEX TRACKING FUND (DBC) está no Top 100 de todos os ETFs mais líquidos. Acompanha o índice de matérias-primas emitido pelo Deutsche Bank.
Os outros índices de relevância, mas com menor liquidez, são o IPATH DOW JONES-UBS COMMDTY (DJP), o ELEMENTS ROGERS TOTAL RETURN (RJI) e o ISHARES S&P GSCI COMMODITY INDEX (GSG). Os que os seguem possuem uma liquidez menor, por mais que figurem bem rankeados na tabela porque os volumes são nominais e dependem do preço em termos nominais do ETF. Estes três ETFs rastreiam os respectivos índices de commodities gerais da agência Dow Jones e UBS, por um lado, Rogers, e Standard & Poor ́s e Goldmans Sachs pelo outro.
Entre os ETFs de commodities em particular mais populares podemos mencionar o SPDR Gold Trust (GLD) ou o COMEX Gold Trust (IAU) para o ouro, o iShares Silver Trust (SLV) para a prata, o United States Oil Fund (USO) para o petróleo, e o United States Natural Gas Fund (UNG) para o gás natural, entre outros.
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