18/07/2023 - economia-e-financas

20% dos usuários de contas bancárias na Argentina sofreu pelo menos uma fraude virtual

Por melisa murialdo

20% dos usuários de contas bancárias na Argentina sofreu pelo menos uma fraude virtual

Estima-se que 4.800 fraudes cibernéticos foram registadas mensalmente no país

Atualmente, não é estranho, por exemplo, que um negócio por muito pequeno que seja ter pelo menos uma conta no Instagram ou perfil de empresas no WhatsApp. Em muitas ocasiões, esses sites não contam com um local físico, o que faz com que tudo seja feito online, fato que em algumas ocasiões pode acabar muito mal. No entanto, os crimes não têm limites e seja digital ou em pessoa, sempre há possibilidade de cair em armadilhas.

Somente em 2022, de acordo com o Observatório de Cibercrime e Evidência Digital em Pesquisas Criminals da Universidade Austral (OCEDIC), As denúncias por fraudes virtuais tiveram um aumento próximo de 200% em relação ao 2021. Além disso, estima-se que 4.800 fraudes mensais médias foram registadas.

Crimes virtuais mais comuns na Argentina

Entre os crimes mais recorrentes, destaca a técnica de usurpação de identidade chamada "Phishing", que tem como fim enganar um usuário para obter informações confidenciais de forma fraudulenta e dessa forma apropriar-se da identidade dessas pessoas. De acordo com o relatório da Unidade Especializada em Ciberdelinquência (UFECI), Esta estratégia é implementada em 25% na modalidade de "Vishing", ou seja, fraudes através de chamadas telefônicas.

Nessa mesma linha, o organismo adverte sobre o Contagem de dados pessoais para fraudes bancárias através de e-mails. Embora afirmam que este tipo de manobras não são novas, geralmente, mudar a fachada utilizada para se apresentar diante de diferentes grupos de vítimas.

No final do ano passado, no Banco Província, segundo pesquisa realizada pelo Ministério Público Fiscal da Nação, houve uma série de denúncias feitas por pessoas que receberam em seus e-mails uma mensagem com o logo e as cores do banco, no qual lhes pediram para entrar em um link fornecido no mesmo e-mail.

No entanto, este dirigia para uma página muito semelhante à usada pelos clientes da entidade, onde o usuário e senha devem ser inscritos. Apesar de, ao inserir a informação, se concretizar a sutracção de dados pessoais, pois Os criminosos recebem uma mensagem com esses dados e assim conseguem aceder às contas bancárias. Diante disso, é recomendável:

20% dos usuários de contas bancárias virtuais sofreram pelo menos um golpe

Como vemos, assim como crescem as fraudes virtuais, estas também são mais imperceptíveis e difíceis de relatar. Nesse sentido, a empresa internacional de segurança informática Kaspersky registrou quase 400 mil novos malwares camuflados em 2022 em diferentes aplicações ou programas, no total detectaram 122 milhões por dia.

O relatório manifesta que entre ameaças móveis mais frequentes e alarmantes estão os troianos bancários, que buscam dados relacionados tanto com a banca online, como com os sistemas de pagamento eletrônico.

Por sua vez, um levantamento realizado por Fiserv analisou o funcionamento dos meios de pagamento e os hábitos de compras na Argentina, como os realizados através de contas bancárias e carteiras virtuais de diversas fintech. Este estudo determinou que 20% dos usuários finais sofreu pelo menos uma fraude e 18% dos comerciantes passaram pelo mesmo.Em pormenor, o relatório revelou que 60% das pessoas roubaram seus cartões ou os dados das mesmas, enquanto 20% foi vítima de hackeos das carteiras virtuais, 15% enfrentou o furto dos dados do homebanking e 5% restante foi enganado de outras maneiras.

Estafas por carteiras e contas bancárias virtuais mais comuns

No que diz respeito às respostas que conseguiram após o ocorrido, 43% conseguiram que devolvem o dinheiro que perdeu, 35% puderam resolver o problema, mas que perderam prata e 22% não conseguiu encontrar uma resolução e perdeu o dinheiro.

É importante ressaltar que as pessoas que assistam em comércios físicos como bares, restaurantes, estações de serviço, entre outros, devem estar atentos e evitar entregar o plástico, pois, além disso, é muito comum o roubo de dados ao tirar uma foto da frente e dorso do cartão de débito ou crédito.

Formas de Estafas através de Transferências Bancárias

No que diz respeito às transferências bancárias, é relevante estar pendente de quem se realiza, devido a alguns truques que vão desde o fazer passar por um conhecido em apuros, até os falsos romances online.

De acordo com o Código Penal, em seu artigo 172, “será reprimido com prisão de um mês a seis anos, o que desiludi a outro com nome claro, qualidade simulada, falsos títulos, influência mentida, abuso de confiança ou aparentando bens, créditos, comissão, empresa ou negação ou valendo-se de qualquer outro ardid ou engano.”

Acções do Banco Central

Desde fevereiro do ano passado, o Banco Central da República Argentina (BCRA) reforçou as Medidas para melhorar a segurança das carteiras digitaise assim “recerem o planejamento estratégico da cibersegurança, a prevenção de fraude e a ciberresiliência”.

Dentro dos requisitos técnicos para os Prestadores de Serviços de Pagamento e as instituições financeiras que oferecem o serviço de carteira digitadal estão: a autenticação de duplo fator para carteiras digitais, arbitrar mecanismos para detectar atividades suspeitas ou invulgares das pessoas utilizadoras para mitigar o risco de fraude, gerir o consentimento do cliente para vincular sua conta à carteira onde quer operar, entre outros.

"O BCRA continuará a trabalhar em regulamentos sobre gestão de riscos de tecnologia e segurança da informação aplicáveis aos serviços digitais oferecidos e fornecidos por todos os participantes do sistema financeiro, tais como os prestadores de serviços de pagamento e as infra-estruturas de mercado financeiro", assinala a autoridade monetária.

Recomendações para prevenir fraudes cibernéticas

Por outro lado, a instituição alertou sobre as distintas modalidades de fraudes, como os perfis falsos nas redes sociais que enviam mensagens diretas, chamadas telefônicas, mensagens de texto ou WhatsApp e outras aplicações de mensagens, além de e-mails enganosos para obter dados pessoais e bancários.

Assim, o Banco Central faz uma série de recomendações como:

  • ativar a autenticidade de dois fatores em contas de redes sociais e WhatsApp,
  • não fornecer dados pessoais por telefone, e-mail, rede social, WhatsApp ou mensagem de texto,
  • usar senhas fortes misturando maiúsculas, minúsculas e números,
  • Leia cada e-mail recebido com cuidado, entre outras.
Embora, diante da proliferação de crimes virtuais, há aqueles que acreditam que ainda faltam muitas ações por executar. Neste contexto, as legisladoras Julia Fernández e Marcela Ávila gerem um pedido ao Banco Central para que a auditoria seja feita pelos bancos comerciais e pelas instituições financeiras para prevenir, controlar e mitigar a fraude executada nos cartões de crédito ou débito ou operações em diversos canais electrónicos de pagamento.

A verdade é que todos estamos expostos a uma fraude, por isso há que ser muito cuidadosos no momento de uma transação, pedir algum empréstimo, responder e-mails duvidosos ou transferir pessoas para desconhecidos e, Em caso de vítima, não hesitar em fazer a denúncia perante as autoridades competentes.

Edição:

Analista de Dados Estadísticos Contadora Pública Nacional Melisa Murialdo

Fontes de Informação:

Observatório de Cibercrime e Evidência Digital em Pesquisa Criminal da Universidade Austral (OCEDIC)Unidade Especializada em Ciberdelinquência (UFECI)Blog de Segurança Informática KasperskyBlog de Educação Financeira MTEmpresa de Software FiservInfolegBanco Central da República Argentina

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melisa murialdo

melisa murialdo

Olá, meu nome é Melisa Murialdo, sou Contadora Pública pela Universidade Nacional de Córdoba. Tenho um Diplomatura em Marketing Digital, Redes Sociais e Comércio Eletrônico pela Universidade Tecnológica de Buenos Aires. Além disso, sou Analista de dados estatísticos e elaboradora de relatórios econômicos da região latino-americana.

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