24/06/2024 - economia-e-financas

O que devemos considerar antes de começar a investir?

Por Paula Spitaleri

O que devemos considerar antes de começar a investir?

Começar do zero em qualquer aspecto da vida pode ser desafiador. Mas com a motivação adequada, objetivos claros e o acompanhamento de especialistas, alcançar o sucesso pode ser possível. Este é especialmente o caso quando se trata do gerenciamento das finanças pessoais e investimentos.

O primeiro passo é pensar nos objetivos. É fundamental ter claro o que se pretende alcançar com os investimentos e quais objetivos buscamos a curto, médio e longo prazo. Fazer perguntas como: para que estou investindo?, o que quero alcançar?, como faço para conseguir?.

Pode ser que estas perguntas não encontrem resposta imediata, o que ressalta a importância de contar com o apoio de um profissional. O aconselhamento de um profissional facilita a tomada de decisões com base em um conhecimento sólido e nos ajuda a visualizar o contexto geral, em vez de nos centrarmos apenas nos detalhes.

Com a ajuda de um assessor financeiro, o próximo passo é visualizar o caminho, ver em quanto tempo se podem alcançar os objetivos. Os objetivos a curto prazo poderiam ser comprar um veículo, pagar umas férias ou a compra de um imóvel. Enquanto que os objetivos a longo prazo podem variar desde planejar a vida em família com filhos, pagar escolas, financiar saúde de todo o núcleo familiar, ou planos de aposentadoria para poder viver sem preocupações no futuro.

Para alcançar os objetivos a curto prazo, a chave é investir com um perfil mais conservador, já que temos menos tempo para nos recuperarmos caso precisemos do dinheiro com urgência. Enquanto que, a longo prazo, dispomos de margem para assumir um maior nível de risco em busca de uma maior rentabilidade. Existe uma relação direta entre o nível de risco que um investidor está disposto a assumir e o retorno potencial que poderia obter. Quanto maior o risco, maior é a possibilidade de obter ganhos significativos, mas também aumenta o risco de perdas. Por outro lado, ao optar por investimentos de menor risco, as expectativas de rentabilidade diminuem, assim como o risco de incorrer em perdas.

Algumas das perguntas que o assessor financeiro fará são sobre os objetivos e as limitações na hora de investir. Essas metas e limitações evoluem com o tempo. Não é o mesmo o que buscamos aos 20 anos, que o que tentamos alcançar aos 40 ou aos 60 anos. Os objetivos individuais podem se centrar mais no desempenho dos ativos ou na gestão do risco a ser assumido com o investimento. Algumas pessoas querem alcançar um retorno anual específico enquanto outras buscam assumir o menor risco possível. As limitações têm a ver com a necessidade de liquidez, o horizonte de investimento, questões fiscais ou legais, e circunstâncias pessoais como questões familiares ou de saúde.

A partir de todas essas consultas, o assessor determinará o perfil do investidor. Esse perfil é crucial para que o assessor possa oferecer alternativas de investimento ao cliente e desenhar um portfólio personalizado para alcançar seus objetivos. Existem 3 perfis de investimento:

Perfil Conservador: Admite um risco muito baixo, busca preservar o capital e ter um ganho mínimo. Prefere investir em ativos de baixa volatilidade, mostrando uma aversão ao risco bastante alta.

Perfil Moderado: Busca conseguir um equilíbrio entre estabilidade e crescimento patrimonial, por isso tolera uma exposição intermediária ao risco. A chave desse investidor é a diversificação do portfólio.

Perfil Agressivo: Busca maximizar a rentabilidade, por isso sua exposição ao risco é elevada. Destina a maior parte do capital a ativos com um potencial retorno superior à média e considera a diversificação essencial para minimizar riscos. Esse tipo de investidor possui maior experiência e conhecimento dos mercados.

Uma pessoa não deveria ter um único perfil ao longo de toda sua vida, mas sim várias etapas financeiras que estão correlacionadas com o passar do tempo. Essas etapas poderiam ser divididas em:

1-     Educação: etapa onde se absorvem conhecimentos e é o alicerce sobre o qual construímos nossas vidas financeiras.

2-     Primeiras etapas laborais: Corresponde ao início da vida laboral, geralmente entre os 18 e 22 anos, com rendas iniciais modestas. É uma fase ideal para estabelecer fundamentos sólidos sem ter muitas obrigações financeiras.

3-     Desenvolvimento da carreira: Se caracteriza por um aumento nas rendas e nas responsabilidades. Em um período de formação de famílias, o planejamento financeiro a longo prazo se torna crucial, pois as economias dessa etapa sustentam o futuro.

4-     Topo da carreira: Esta etapa traz consigo as rendas mais altas da carreira profissional, concentrando-se na poupança para a aposentadoria e necessidades familiares, como a educação dos filhos. Normalmente se situa entre os 40 e 60 anos.

5-     Pré-aposentadoria: É o período de transição para a aposentadoria, onde minimizar os riscos nos investimentos se torna crucial devido ao menor tempo disponível para recuperar o capital destinado à aposentadoria.

6-     Aposentadoria: Com mais tempo livre, é possível que os gastos aumentem, especialmente em cuidados médicos e lazer.

Cientes da nossa etapa de vida e perfil de risco, é momento de considerar quais são as chaves para iniciar o caminho no mercado de capitais, em quais instrumentos financeiros investir, selecionando aqueles que melhor se alinhem com nossos objetivos e necessidades financeiras atuais e futuras.

Mas isso veremos em nossa próxima coluna financeira sobre chaves para começar a investir.

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Paula Spitaleri

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