Em um país onde o dólar sempre foi refúgio contra a inflação, as restrições cambiais e o imposto PAÍS complicaram cada vez mais o acesso à moeda. Diante desse cenário, milhares de argentinos encontraram uma alternativa digital: as stablecoins, criptomoedas que mantêm paridade com o dólar e que permitem dolarizar-se de maneira rápida e sem passar pelo sistema bancário.
O que são as stablecoins?
As stablecoins são criptomoedas projetadas para manter um valor estável, geralmente equivalente a 1 dólar americano. Diferentemente do Bitcoin, cujo preço pode subir ou cair drasticamente, as stablecoins estão atreladas ao dólar e funcionam como um “dólar digital”.
Na Argentina, as mais utilizadas são:
USDT (Tether)
USDC (USD Coin)
DAI
Por que cresce seu uso na Argentina
Sem restrições ou limites: não têm limite de compra mensal.
Menos impostos: não se aplicam percepções como as do dólar cartão ou de poupança.
Acesso imediato: são compradas em exchanges e carteiras digitais em minutos.
Cobertura contra a inflação: protegem as economias da desvalorização do peso.
Cada vez mais freelancers recebem em stablecoins por trabalhos para o exterior, e muitos comércios aceitam pagamentos em USDT ou USDC como alternativa ao dinheiro.
- Os riscos por trás do dólar digital
Nem tudo é vantagem. O uso massivo de stablecoins também apresenta desafios:
Falta de regulação: o marco legal na Argentina ainda é difuso.
Dependência tecnológica: requer internet e um mínimo conhecimento em criptomoedas.
Custódia de fundos: se os usuários confiam apenas em exchanges, correm risco em caso de hackeamentos ou bloqueios.
- Impacto na economia argentina
O crescimento das stablecoins mostra a desconfiança no peso e no sistema financeiro tradicional. Seu uso cresce tanto na poupança pessoal quanto em operações comerciais: desde aluguéis e serviços até despesas do dia a dia.

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