GROUNDING, EARTHING, ENRAIZARSE, PONERSE EM CONTACTO COM A TIERRA
O termo "grounding" refere-se a uma prática que busca conectar uma pessoa com a terra ou o ambiente físico para alcançar uma sensação de estabilidade, calma, conexão com o presente e o meio ambiente. Também é conhecido como "enraizamento" ou "por os pés na terra".Somos seres BioElectricos, mas vivemos isolados. As mudanças no estilo de vida têm desconectado a maioria dos humanos deste recurso primordial de saúde e cura, criando o que pode ser uma deficiência de elétrons não reconhecida no corpo, uma causa passada por alto ou um contribuinte à inflamação crônica e doenças crônicas e degenerativas comuns. A pressão arterial alta, a HRV alterada e a hiperviscosidade são situações cardiovasculares potencialmente destrutivas que podem melhorar com a conexão à terra. (1)
O cérebro produz estímulos elétricos, o coração. O coração também gera sua própria eletricidade para contrair os ventrículos e assim realizar a ejeção do sangue. Os músculos se contraem quando recebem a descarga elétrica que lhe fornecem os nervos quando queremos fazer um movimento voluntário. Ou seja, o nosso corpo reage à eletricidade.
Há outro tipo de eletricidade que se denomina Electricidade estática e se gera por rozamento. Podemos sentir-se quando viajamos em carro (antes os carros tinham uma colita rutera para mandar a terra a energia estática que se gera andando) ou quando saímos para andar ou correr com roupas sintéticas e cumprimentamos alguém com um beijo e damos-lhe uma descarga. Ou só agarrando o espadaporte da porta podemos sentir a descarga. São correntes eléctricas acumuladas que devemos baixar. Já que geralmente não estamos conectados à terra de forma direta.
A terra e os seres vivos são objetos condutores que quando fazem contato se harmonizam as correntes elétricas. Absorber os elétrons livres da terra atreves dos pés. É como enchufarse à terra. Enraizar-se. Isso equivale a aumentar o potencial do corpo para eliminar radicais livres. (2)
CABLE A TIERRA
Quando nos ligamos à terra. Começa a fluir uma corrente elétrica. Acumular e não libertar a energia elétrica do corpo causa inflamação. Quando se restabelece a conexão a terra, os elétrons inundam todo o corpo, o que reduz a inflamação e o estresse oxidativo ao mesmo tempo que reforça os mecanismos de defesa do próprio corpo. As transferências de elétrons são a base de praticamente toda a atividade antioxidante e anti-inflamatória. Acredita-se que a fonte destes efeitos são os elétrons móveis omnipresentes na superfície da terra, que são responsáveis pela carga negativa do planeta. (1)Sistema imunológico: Colocar a terra um organismo produz diferenças mensuráveis nas concentrações de glóbulos brancos, citosinas e outras moléculas envolvidas na resposta inflamatória. (6)
Grounding reduz a dor e altera a quantidade de neutrófilos e linfócitos circulantes, e também afeta vários fatores químicos circulantes relacionados à inflamação. (6)
No âmbito da saúde mental e da psicoterapia, o grounding é utilizado como uma técnica para ajudar as pessoas a lidar com a ansiedade, o estresse ou os traumas. Consiste em focar a atenção em sensações físicas concretas e presentes, como a respiração, os sentidos ou a percepção do corpo, para contrariar pensamentos ou emoções esmagadoras.
O grounding pode implicar práticas como:
Atenção plena (mindfulness): concentrar-se no momento presente e nas sensações físicas sem julgar ou avaliar.
Ligação com os sentidos: tomar consciência dos sons, cheiros, sabores, texturas, cores e temperatura presentes no ambiente.
Exercício físico: realizar atividades físicas como caminhar, correr ou fazer yoga para se conectar com o corpo e liberar energia acumulada. O Grounding tem a capacidade de afetar a inflamação induzida pelo exercício, reduzindo assim a viscosidade do sangue. (2)
Contacto com a natureza: passar tempo ao ar livre, em contato com a terra, a água ou as árvores, para se ligar à natureza. Cerca de 20 estudos até à data relataram evidências intrigantes de melhorias fisiológicas amplas e significativas quando o corpo está conectado a terra frente a não ligado a terra. (3)
A prática do grounding melhora o humor, reduz a depressão, reduz o cansaço e diminui a sensação de dor. (4)
Reduz a ansiedade, melhora a concentração, alivia o estresse e promove a sensação de bem-estar geral. É importante notar que o grounding não substitui o tratamento profissional, mas pode ser utilizado como ferramenta complementar no cuidado à saúde mental.
Como todo hábito saudável. Deve ser proposto de forma consente. Devemos nos propor fazer contato com a terra. A primeira dificuldade é encontrar o momento do dia e o lugar apropriado e tanto quanto possam.
Quanto ao desempenho desportivo. Atletas que realizam Grounding tiveram uma diminuição menos pronunciada no desempenho. (5)
Quanto à recuperação de lesões. Atletas que realizam Grounding apresentam uma redução dos marcadores de inflamação associados ao dano muscular. (5)
BIBLIOGRAFIA
- The universal anti-inflammatory remedy. (2023). Stephen T. Sinatra. Biomedical Journal. Volume 46, Issue 1, February 2023, Pages 11-16.
- Grounding the Human Body during Yoga Exercise with a Grounded Yoga Mat Reduzs Blood Viscosity. (2015). Richard Brown & Gaétan Chevalier. Open Journal of Preventive Medicine, 5 Não.4.
- Integrative and lifestyle medicine strategies should include Earthing (grounding): Review of research evidence and clinical observations. Wendy Menigoz, Tracy T Latz & Robin A. (2020). Epub. 16(3):152-160.
- The Effects of Grounding (Earthing) on Bodyworkers’ Pain and Overall Quality of Life: A Randomized Controlled Trial. (2019). Gaétan Chevalier a, Sheila Patel a b & Lizabeth Weiss b. EXPLORE. Volume 15, Issue 3, May–June 2019, Pages 181-190
- Effectiveness of Grounded Sleeping on Recovery After Intensive Eccentric Muscle Loading. (2019). Erich Muller, Patrick Proller & Fatima Ferreira_ Briza. Frontiers Exercise Physiology. Volume 10.
- The effects of grounding (Earthing) on inflammation, the immune response, wound healing, and prevention and treatment of chronic inflammatory and autoimmune diseases. (2015). James L Oschman, Gaétan Chevalier & Richard Brown. J Inflamm Res, 24;8:83-96.
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