A sexualidade sempre se tem contemplado desde um marco coital e falocêntrico. “Falo” é uma mais das tantas indicações que o ser humano colocou ao genital masculino. Este conceito remete totalmente para que o olhar da sociedade tenha sido sempre “a partir de” ou “basada em” o pénis. Hoje em dia o foco do prazer não só passa pelo masculino, mas também pelo feminino.
De ser assiḿ nos encontramos com um órgão sumamente importante e protagonista no corpo feminino: o cronologicamente. Se apenas as pessoas tivessem a mesma atenção a este órgão como se colocou a tudo o que envolva um falo, hoje em dia, seriam debatidas outras coisas. Tem sido associado à vagina como ou lugar e espaço para o prazer, mas a realidade é que seu objetivo principal é a reprodução. Por outro lado, o cronologicamente, que se encontra na parte visível dos genitais femininos, a vulva, Sua única função é o prazer feminino.
Que tanto sabemos deste órgão? Se te digo que o seu comprimento é muito semelhante à de um pénis?
O cronologicamente Pode medir entre 7 e 12 cm. A parte que um conhece, ou vê, ou presta atenção, é somente o glande, que mede aproximadamente 1cm, fica abaixo de uma tampa. Com o mesmo se pode interagir diretamente, mas o órgão continua por dentro e se estende por toda a área. Tem terminações nervosas extra sensíveis que chegam a um monte de pontos, como a cavidade vaginal, a zona do perineo e ano e a zona conhecida como “o ponto g”. Por ende, ao nos masturbar ou ter encontros sexuais com outro, está se interagindo com toda esta zona e ao mesmo tempo o clitólio. Ao interagir com o mesmo, cheia de sangue, como o pénis e assim se erecta e se torna extra sensível.
Quando ouvimos falar pela primeira vez deste órgão localizado entre nossas próprias pernas? Refirendo-nos um pouco à história deste órgão dedicado exclusivamente ao prazer, o cristo foi descoberto ao redor do ano 1559 por um cirurgião italiano que estudava a anatomia humana chamado Mateus Realdo Colombo. Dizem que provavelmente foi descoberto antes por outra pessoa, mas este cirurgião pontual gostava (numerosas vezes) diseccionar as partes do corpo.
O cristo passo a ser um órgão completo e reconhecido como fonte do prazer feminino. Na altura, acreditava-se que a questão reprodutiva ia da mão do prazer feminino. Ele chegou a acreditar que quanto mais prazer sentia a mulher mais fértil era. E não havia que desperdiçar isso. Por ende la masturbação estava proibida, para que não se liberte esse componente fora do que implica ser penetrada e que ambos o libertem juntos. O clitóctico tomo protagonismo até 1850, onde se descobre o fenômeno da ovulação e se entende que um ovulo e um esperma geram a fecundação, por ende o prazer feminino e seu órgão, já não estavam no panorama principal.
Surge a conhecida “histeria feminina” que no momento era catalogado como uma doença. A histeria era produto da mulher insatisfeito sexualmente. Considerou-se uma patologia própria, podia provocar insónia, nervosismo falta de apetite, dores de cabeça, espasmos musculares, irritabilidade, entre outros. Teve um boom na era vitoriana, mas foi levantada muito antes, por Platão e Hipócrates. Diante dessa suposta doença, havia que libertar a mulher de seu excesso ardor, dor e tensão fazendo-lhe o que se conhecem como “massas pélvicas” onde um médico massageava a zona da vulva da mulher (a masturbava) e este era considerado o “remeio aplicado” para esta condição que as mulheres sofriam. A questão era que a mulher não é que estava insatisfeita sexualmente porque não tinha relações com o seu parceiro, mas sim estas relações sexuais eram centradas no aspecto coital e não no prazer.
Com o tempo, Sigmund Freud coloca atenção ao tema e surgem os termos como “sos clitoriana ou sos vaginal?” O defendia que havia dois tipos de mulheres , as clitorianas e as vaginais e sustentava que um tipo de gozo era inferior ao outro: as que desfrutavam com o clitólio eram imaduras (ou neuróticas) e as que sentiam prazer na zona vaginal eram as mulheres maduras. Desde o conceito do falo, minimiza-se e critica a função do órgão do place feminino.
Após as inúmeras declarações de Freud em relação ao órgão, o mesmo foi esquecido até 1924 onde a bisnieta de Napoleão, Marie Bonaparte, assegura que estudo numerais vezes este órgão e que se encontra “demasiado afastado da vagina”. Refuto toda questão levantada por Freud e digo que este órgão era para o prazer. Não teve muito peso as suas declarações, pois se dizia que Marie falava dela mesma e sua experiência própria com o órgão.
Pelo ano 1950 São três sexólogos americanos muito conhecidos chamados Alfred Kinsey, William Howell Masters e Virginia Johnson que se dedicaram à observação do comportamento sexual humano. Kensey afirma que o cronologicamente é uma zona hipersensível ao contrário das paredes vaginais. Mais tarde chega-se à conclusão de que não existe o orgasmo clitoriano e o orgasmo vaginal simplesmente é apenas um tipo de orgasmo e vem do clitóctico e se propaga pela vagina.
Pelo ano 1968 somam-se os movimentos feministas. Anne Koedt publica um artigo chamado “The Myth of the Vaginal Orgasm” baseado na obra chamada “Resposta sexual humana” Masters e Johnson. Afirma que como o prazer feminino é estudado sempre por homens a mulher vê-se sempre diminuída em seu papel e existência, tratada como um ser inferior. A figura masculina sempre tentou minimizar o poder e o conhecimento sobre o órgão feminino já que, Como mulheres podemos nos satisfazer sozinhas sem a necessidade de um homem ou uma penetração.
Só para o ano 1998 Uma pesquisadora australiana conhecida como Helen O ́Connell estudo o clitólio com precisão através de uma ressonância magnética. Um novo aspecto e uma nova face é dado ao órgão: agora é visível. Em 2008 Uma ginecóloga chamada Odile Buisson e um médico chamado Pierre Foldés retomaram estas ecografias e realizaram pesquisas onde chegaram à conclusão de que o órgão é maior do que pensavam, e se estende pelo interior do corpo vários centímetros. Aqui se confirma o mito do orgasmo clitoriano e vaginal: Verifica-se que é apenas um e se origina do cronologicamente.
Em 2017 sai pelas redes o vídeo intitulado “Le cronologicamente” onde se vê uma versão 3D do órgão que a realizou Odile Fillod em 2015. Este vídeo com as novas tecnologias causou furor nas redes e nas mulheres. Só século XXI termina de dar uma cara e função ao órgão dedicado exclusivamente ao prazer que possuímos todas as mulheres. Um grande avanço para a humanidade e a sexualidade.
É 2023 e continuam a investigar a realização de estudos sobre este órgão que metade da população mundial tem e todos os dias são descobertas coisas novas.
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