15/12/2022 - entretenimento-e-bem-estar

Mitos e verdades sobre treinamento infantojuvenil

Por alberto serruya

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Mitos e verdades sobre treinamento infantojuvenil

O treinamento, exercício físico e, em definitivo, a atividade física em idade precoce, é um pilar fundamental, não só para a melhoria do desempenho físico ou no que diz respeito à composição corporal, mas, além disso, para melhor desempenho cognitivo, bem como psicossocial.

Um tema bastante controverso que gera muitos debates há muito tempo é o treinamento de força nas crianças. São muitos os mitos que existem ao redor deste campo.

É comum que as crianças e os adolescentes se tentem recomendar a realização regular atividades majoritariamente aeróbicas como a natação, atletismo ou ciclismo para melhorar seu condicionamento cardiovascular, mas poucas pessoas falam sobre os benefícios do treinamento de força neles.

No próximo relatório, vamos nomear muitos mitos que foram estabelecidos sem qualquer investigação científica que o avale.

  • Pára o crescimento das crianças: Não há dados científicos que apoiem esta crença. Se os exercícios estão bem planejados e o programa de treinamento está verdadeiramente individualizado e adaptado à criança, não há nenhum perigo no crescimento. De fato, favorece o crescimento e desenvolvimento durante a infância e adolescência.
  • É inseguro: o treinamento de força não supõe mais risco do que qualquer outra atividade física nas crianças. Com um bom planejamento e boa técnica, não há mais risco do que em qualquer outro esporte.
  • Treinamento de força apenas para jovens saudáveis: realmente o treinamento de força aplicado às pessoas com sobrepeso e obesidade e com uma vida geralmente sedentária ajuda a melhorar sua saúde de uma forma mais atraente que os exercícios aeróbicos de longa duração. Muitos estudos suportam múltiplos benefícios do treinamento da força.
  • Músculos tiesos e inflexíveis: outro mito diz que o treinamento de força nas crianças provoca músculos tiesos e inflexíveis, mas isso é totalmente falso, os movimentos realizados no treinamento com cargas não produzem perda de flexibilidade. Na verdade, se o programa for bem estruturado, o efeito oposto é justo.
  • As crianças não têm capacidade de aumentar a sua força por falta de testosterona: A testosterona não é essencial para o ganho de força.

Benefícios do treinamento de força nas crianças

Embora a generalidade há alguns anos tenha sido guiada pelos mitos acima citados, por sorte esta abordagem está mudando. Na última década, está sendo utilizado o treinamento de força como ferramenta mais de condicionamento físico capaz de produzir múltiplos benefícios em crianças e adolescentes que querem melhorar sua saúde, seu estado físico e seu desempenho em outras disciplinas esportivas.

  • Aumento da força e da potência dos músculos, além da tolerância muscular, densidade mineral óssea e aumento também do desempenho das capacidades motoras (melhoras em salto, lançamento e velocidade)
  • Também ocorrem melhorias nos níveis sanguíneos de lípidos. composição corporal e capacidade esportiva.
  • Mas o melhor de tudo é, a confiança em si mesmo que se gera e a atitude positiva para a prática de atividades esportivas que nasce na criança e que dura toda a vida.

Outro benefício destacado é a prevenção de lesões que se consegue graças ao treinamento de força adaptado a outras disciplinas esportivas que pratiquem as crianças durante uma temporada completa.

Ao realizar treinamentos de força, as crianças e adolescentes desenvolvem capacidades físicas fundamentais, fazendo com que seu sistema musculoesquelético esteja melhor preparado para as exigências da prática esportes que realizem.

E em relação à saúde, é demonstrado que as crianças com sobrepeso desfrutam muito mais dos treinamentos de força bem planejados. Os exercícios aeróbios de longa duração acabam aborrecendo a criança e têm menos efeitos positivos a longo prazo.

Riscos e preocupações principais

Apesar de tudo o acima explicado, muitas pessoas ainda têm medo da possível lesão da epífise (também chamada placa de crescimento) dos ossos longos como o rádio e o fémur.

Outras lesões que preocupam são as chamadas repetitivas ou por excesso de uso das partes moles dos músculos, tendões e ligamentos. Mas também não existem provas nem estudos que suportam a culpa do treinamento de força.

Para um planejamento de treinamento infantojuvenil considero que devemos seguir certos princípios.

Progressivos: O treinamento ou atividade em questão sempre deve ir de menos a mais.

Regular: O treinamento ou atividade deve estar presente todos os dias mínimo 60 min.

Sobrecarga: Deve supor um esforço de tal maneira que o treinamento ou atividade gera adaptações.

Criativo: O treinador deve ser capaz de gerar atividades lúdicas para os jovens.

Divertido: A diversão é chave para gerar aderência.

Socializador: O componente de socialização com seus pares através do jogo/entrenamento é essencial para seu desenvolvimento psicossocial.

Supervisado: Este é um apelo aos treinadores a estarem conscientes de estar presentes em todo momento, pois são uma população em completo desenvolvimento.

Como sempre, um plano de condicionamento físico adaptado à criança ou adolescente de forma individualizada provocará múltiplos benefícios em seu desenvolvimento. Pelo contrário, se forem realizados exercícios mal planejados e sem seguir um planejamento correto, pode acarretar lesões e problemas (como as más planejamentos de treinamento em pessoas adultas).

Sempre sugiro que antes de decidir um treinamento de força para uma criança que só começa consultar seu pediatra.

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alberto serruya

alberto serruya

Professor Nacional de Educação Física. Treinador Pessoal. Coordenador Deportivo.

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