Aproveitando o entusiasmo do 37º Festival Internacional de Cinema de Mar del Plata, foram organizadas actividades paralelas para celebrar a sétima arte. Uma delas é o ciclo "Finde de Película", organizado pelo Governo da Província de Buenos Aires.
Neste contexto, foi lançado um concurso público para filmes realizados nos últimos anos. Entre os quatro nomeados para melhor filme encontra-se"Palhaço", a segunda longa-metragem do realizador Gonzalo Albornoz.
O filme, rodado a preto e branco, conta a história de um dos muitos desempregados criados pelas medidas adoptadas pelo último governo neoliberal da Argentina. Preso a uma realidade sombria e triste, ele decide tornar-se palhaço para pagar uma dívida contraída com um grupo de bandidos.
Na sua busca por um emprego, o nosso protagonista irá cruzar-se com artistas, marchas, pessoas marginalizadas e todo o elenco que, na vida real, povoa o Conurbano até aos dias de hoje. Como a própria vida, a realidade do filme torna-se irreal, as personagens esbatem-se e até o protagonista muda, como forma de simbolizar que esta tragédia individual que o realizador e o argumentista imaginaram é, na realidade, uma tragédia colectiva.
"Fiquei surpreendido por terem escolhido este filme. Vários locais felicitaram-nos pelo que conseguimos, embora nos digam que a mensagem é demasiado política", comentou Albornoz.
O mesmo realizador exibiu também a curta-metragem"Roomate", uma história de terror sobre uma jovem que encontra um lugar para viver, onde nem tudo é o que parece. Desta obra, vale a pena destacar o incrível trabalho desenvolvido na banda sonora.
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