09/11/2022 - entretenimento-e-bem-estar

Por que eu menti no mundo saudável?

Por paula newland

Por que eu menti no mundo saudável?

Segunda-feira

Querido diário: hoje fiz tudo bem, não comi nada engordante. Estou muito contente.

Quinta-feira

Caro diário: hoje no final do dia, não águante e, comi dois alfajores, um pacote de gomitas e um quarto de sorvete.

Então arrancavam e terminavam as minhas semanas... Era um círculo sem fim.

Quando comecei a desenvolver como mulher, comecei a sentir a necessidade de ser “linda” e ter “buem físico”. Acho que pela cultura em que cresci, vi-me mais pressionada. Sentía os olhos das pessoas como se fossem um scanner que me analisavam de cima abaixo. Sentía as críticas dos outros através de seus olhos. Aí arrancaram as minhas inseguranças em relação ao meu corpo. Tenho um longo tempo de superar isto: dietas, opiniões alheias, julgamentos...

E assim por diante. Cada dia escrevia o que consumia. E o considerava como "bem" ou como "mal". Claramente não tinha noção de que, na realidade, o que me fazia mal era estar tão pendente do que comia: chegue ao ponto de não desfrutar um dos maiores prazeres da vida... comer.

Eu me privava tanto na semana, que quando o fim de semana tocava a porta, eu estava comendo TODO. Eu me dava tanta vergonha comer de mais, que o escondia. Ninguém sabia isso menos eu.

Quando esse monstro da ansiedade atacava não havia nada que pudesse fazer. Uma vez que me comia uma gomita meu pensamento era “Já foi, agora tenho que aproveitar e comer tudo porque amanhã arranco de novo a dieta”. Os dias seguintes, fazia esporte como louca para “quemar” tudo o que tinha comido... Por que as aspas? Porque hoje, entendo que não funciona assim, o que eu fazia não era saudável. Nem falar da nossa amiga a balança, ela estava lá todas as manhãs, até me tirava a bombacha para pesar menos. Eu estava indo para a nutricionista, que constantemente repetia: “Pauli, já não posso te reduzir mais nada, seu corpo se sente confortável com esse peso”. No entanto, eu queria continuar baixando, nada me conformava.

Ao lado meu estava a minha irmã, muito maior que eu, ela já tinha passado por tudo isso e tinha encontrado “a solução”. Eu não ficava dieta que provar, asique probei seu método. Esta fórmula secreta que me ia mudar a vida. Era algo tão simples como me dar um gosto, todos os dias. E não era um chato choco arroz, era e é, um sorvete ou um alfajor e se queria/quer um triplo. De a pouco começava a haver um equilíbrio na minha alimentação.

No início, sentia-me culpado e que estava rompendo com o pactado comigo mesma... me dava medo "arriesgarme" de voltar a subir de peso. Mas também percebi que esse monstro da ansiedade ia desaparecendo e com isso os atracões noturnos.

No final percebi que tudo na vida é um equilíbrio. Que o principal é ter saúde física e mental. E eu estava deixando de lado ambas. Aprendi a ouvir o meu corpo. E aprendi a desfrutar da comida. e transformar essas inseguranças em atividades que eu gosto de fazer: esporte, cozinhar saudável (e não também), fazer recomendações de uma vida realmente saudável através das minhas redes... entre outras coisas. E, acima de tudo, agradeço pelo que tenho, pela pessoa em que me tornei, pelo que aprendi em toda essa fase de confusão. Eu me abraço pela consciência que tinha naquele momento, que não me deixava ver além dos meus medos. Agora luta-se pelo que quero. Ao dizer lutar pelo que quero, refiro-me a saber ter a minha própria opinião, saber que é saudável para mim e, querer-me, abraçar-me e mimarme

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paula newland

paula newland

Nasci em 13 de Janeiro de 1999. Eu vi em Buenos Aires toda minha vida. Estude professorado de educação inicial na UCA. Sou amante do esporte e do estar ao ar livre, hoje me interessam muito as plantas e tenho uma horta em mim. Meu hobby é cozinhar e testar receitas novas.

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