17/07/2025 - politica-e-sociedade

Argentina na Cordas Bamba: Dólar em Alta, Veto Presidencial e Tensão Pré-Eleitoral

Por Mirko Ferraiolo

Argentina na Cordas Bamba: Dólar em Alta, Veto Presidencial e Tensão Pré-Eleitoral

📉 O Peso Argentino Volta a Enfraquecer

Em apenas 10 dias, o peso se desvalorizou em 6,75% em relação ao dólar, cotando perto de

$1.264 por dólar oficial no mercado atacadista. Esta é uma das quedas mais drásticas

do ano e reflete um crescente ceticismo sobre a estabilidade econômica e política

do país.

Simultaneamente, o índice Merval caiu 2% na semana e perdeu mais de 17% em dólares no

último mês, mostrando uma clara fuga de capitais em direção a ativos mais seguros.

Veto Presidencial: Mensagem ou Risco?

O presidente Javier Milei vetou parcialmente o projeto de lei que aumentava as

aposentadorias mínimas. A medida foi apresentada como uma ação “fiscalmente responsável”

em linha com os compromissos com o FMI e a necessidade de manter o superávit

primário.

💬 Desde o Governo, argumenta-se que “não há margem” para mais gastos.

✅ Para os mercados, foi um sinal de compromisso econômico.

❌ Para a oposição e setores sociais, foi uma provocação.

A decisão dividiu opiniões: tranquilizou os investidores, mas acendeu a chama política e

social em um momento chave.

📊 Consequências em Tempo Real

As repercussões não tardaram a aparecer. Alguns dos efeitos imediatos:

1. 💱 Maior volatilidade cambial: Aumenta a disparidade entre o dólar oficial e os

financeiros (MEP, CCL), gerando maior incerteza.

2. 📈 Inflação em alta: Projeta-se uma inflação mensal entre 1,8% e 2,1%,

impulsionada pela alta do dólar e fatores sazonais.

3. 💰 Pressão sobre reservas: O Banco Central continua sem acumular reservas líquidas de

forma sustentável. As turbulências poderiam forçá-lo a intervir.

4. 🔁 Mudanças no apetite do investidor: Cresce o interesse por instrumentos de cobertura

em pesos de curto prazo, como depósitos a prazo ou fundos T+1.

Conclusão: Ventos Cruzados

Argentina se encontra novamente em uma encruzilhada: precisa mostrar ordem fiscal diante

do FMI e dos mercados, mas também enfrenta um crescente mal-estar social e uma agenda

eleitoral complexa.

Conseguirá manter esse delicado equilíbrio?

As eleições de outubro podem ser um ponto de inflexão não apenas político, mas também

econômico.

Continuaremos atentos. Porque na Argentina, a economia nunca descansa.

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Mirko Ferraiolo

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