07/05/2025 - politica-e-sociedade

Cartéis, espionagem e riscos energéticos: A crise em desenvolvimento na América Latina LATAM Watch — Relatório diário de inteligência da MSI²

Por Poder & Dinero

Cartéis, espionagem e riscos energéticos: A crise em desenvolvimento na América Latina LATAM Watch — Relatório diário de inteligência da MSI²

Instituto de Inteligencia Estratégica de Miami para Poder & Dinero y FinGurú

O Cartel de Sinaloa reforça seu controle sobre o porto de Manzanillo, impulsionando o aumento do fentanilo

Um relatório da DEA desta semana revela o crescente controle do Cartel de Sinaloa sobre o porto mexicano de Manzanillo, um centro crucial para os precursores químicos do fentanilo enviados da China. O cartel forjou alianças com empresas locais de transporte de drogas, aproveitando as ativas rotas comerciais do porto no Pacífico. Os confrontos com o próximo Cartel Jalisco se intensificaram, e recentes escaramuças ameaçam as operações portuárias. As autoridades apreenderam 500 quilos de precursores de fentanilo em Manzanillo esta semana, mas isso é uma gota no oceano comparado com o fluxo estimado.

O uso de comunicações criptografadas pelo cartel para coordenar-se com fornecedores chineses mostra uma crescente sofisticação. A corrupção é profunda, e funcionários de Colima supostamente aceitam subornos para facilitar o comércio. O porto agora desempenha um papel crucial no narcotráfico, já que 70% do fentanilo com destino aos Estados Unidos passa pelo México. A violência em Colima está em alta, com dezenas de assassinatos relacionados a cartéis reportados recentemente. A DEA alerta que o domínio do cartel pode em breve sobrecarregar o governo local. Esta crescente crise destaca a perigosa interseção do poder dos cartéis, corrupção e redes globais de drogas.

Implicações: O bastião do Cartel de Sinaloa em Manzanillo acelera a crise do fentanilo nos Estados Unidos, minando a governança do México e exigindo a colaboração urgente entre os Estados Unidos e o México em matéria de segurança portuária para desmantelar essas redes.

Fonte: Yahoo Notícias

Ciberataque russo afeta a Petrobras do Brasil, expondo vulnerabilidades energéticas

A petrolífera estatal brasileira, Petrobras, descobriu recentemente uma importante filtragem de dados que comprometeu planos de perfuração sensíveis na Bacia de Santos. Especialistas apontam para atores estatais russos como os possíveis responsáveis. O ataque, com características distintivas do GRU russo, teve como alvo dados geológicos vitais para a produção petrolífera do Brasil, que ocupa a sétima posição no mundo. A Petrobras suspendeu suas operações na bacia, com perdas estimadas em 50 milhões de dólares diários. Os serviços de inteligência brasileiros ligam a filtragem às crescentes importações de diesel russo, o que sugere a intenção de Moscovo de obter vantagem. O presidente Lula da Silva qualificou o incidente de "ato hostil", o que tensionou as relações comerciais entre Brasil e Rússia. Os líderes da oposição agora pressionam para reavaliar as alianças energéticas com a Rússia.

A filtragem gerou temores de uma maior ciberguerra contra o setor energético latino-americano. A Petrobras está colaborando com empresas americanas de cibersegurança para reforçar suas defesas. A infraestrutura energética do Brasil continua a ser altamente vulnerável a esse tipo de espionagem estrangeira. O incidente destaca a crescente ameaça de uma guerra híbrida na região.

Implicações: O ciberespionagem russo contra a Petrobras coloca em risco a segurança energética e a estabilidade econômica do Brasil, o que poderia desestabilizar os mercados petrolíferos globais e sinaliza a necessidade de os Estados Unidos fornecerem um sólido suporte de ciberdefesa para contrabalançar essa interferência na região.

Fonte: CSIS

As exportações petrolíferas da Venezuela despencam ante o impacto das sanções americanas, que impulsionam o contrabando dos cartéis.

As exportações petrolíferas da Venezuela estão despencando devido às novas sanções norte-americanas contra a PDVSA, após os recentes avisos do chefe de sanções de Trump, Hurley, sobre a necessidade de tomar medidas enérgicas contra os países que importam petróleo venezuelano. As medidas afastaram os compradores chineses, que representavam 40% do mercado venezuelano, deixando 10 milhões de barris parados na Terminal Jose. A produção da PDVSA caiu para apenas 600.000 barris diários, ainda mais afetada pela saída da Chevron e pelo deterioro da infraestrutura.

Maduro denunciou os Estados Unidos por "terrorismo econômico" em um discurso virulento esta semana. As redes de contrabando ligadas ao Cartel de los Soles prosperam, redirecionando o petróleo para os mercados negros do Caribe. Protestos irromperam em Caracas pela escassez de combustível, com uma inflação que já atinge 180%. A crise econômica gera desespero e empurra mais cidadãos para zonas controladas pelos cartéis. Os Estados Unidos buscam restringir o acesso da China ao petróleo venezuelano, mas as sanções, sem querer, estão empoderando atores ilícitos. O setor energético venezuelano está à beira do colapso, e o narcotráfico ocupa esse vácuo. Este caos crescente ameaça aprofundar a instabilidade do país.

Implicações: As sanções americanas à Venezuela correm o risco de amplificar a influência dos cartéis e os fluxos de refugiados ao desestabilizar ainda mais o país, além de complicar os esforços para limitar a presença energética da China, o que requer um remanejamento estratégico para evitar consequências regionais mais amplas.

Fonte: Bloomberg

O ponto chave do hemisfério hoje

A América Latina encontra-se em um ponto de inflexão: o domínio do Cartel de Sinaloa no Porto de Manzanillo impulsiona um aumento repentino do fentanilo, o ciberespionagem russo expõe as vulnerabilidades energéticas do Brasil e as sanções dos Estados Unidos à Venezuela impulsionam o contrabando dos cartéis em meio a uma crise petrolífera. Esses acontecimentos ameaçam diretamente a segurança nacional dos Estados Unidos ao intensificar o fluxo de drogas, desestabilizar os mercados energéticos e amplificar a interferência estrangeira. Para Rafael Marrero e MSI², os Estados Unidos devem agir rapidamente: reforçar a segurança portuária com o México, reforçar as ciberdefesas do Brasil e recalibrar as sanções à Venezuela para conter o crescimento dos cartéis e mitigar o aumento repentino de refugiados, garantindo assim que a região não se torne um foco de tensão geopolítica maior.

Rafael Marrero é Sócio Fundador e Presidente do Instituto de Inteligência Estratégica de Miami, uma instituição com a missão de promover a estabilidade, a democracia e a prosperidade na América Latina, que fornece inteligência estratégica e assessoria tanto a governos quanto a empresas. Seu enfoque na pesquisa de políticas e na consultoria em setores-chave, gerando conteúdo exclusivo e de alto nível, projetado para apoiar a tomada de decisões em um contexto cada vez mais desafiador.

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