14/07/2025 - politica-e-sociedade

Colômbia em Alerta: Desfinanciamento, Experiência Militar e Ameaças Armadas

Por Poder & Dinero

Colômbia em Alerta: Desfinanciamento, Experiência Militar e Ameaças Armadas

William Acosta para Poder & Dinero y FinGurú

Introdução

Em tempos de incerteza, a segurança e a estabilidade de um país dependem não apenas de seus recursos materiais, mas também do compromisso, da experiência e da coesão daqueles que integram suas instituições. A Colômbia atravessa uma fase complexa, onde o sacrifício e a dedicação de suas forças de segurança enfrentam obstáculos crescentes. A redução de recursos, a saída de líderes com anos de serviço e o avanço de atores armados ilegais geraram preocupação e um sentimento de vulnerabilidade em amplos setores da sociedade. Essa situação não apenas afeta a operatividade das instituições, mas impacta diretamente na vida cotidiana de milhões de colombianos, especialmente nas regiões mais expostas à violência e à ausência estatal. Esta análise estratégica e de inteligência busca oferecer uma visão compreensiva e humana sobre os desafios atuais, reconhecendo o valor daqueles que, apesar das adversidades, continuam trabalhando pela proteção e pelo bem-estar da nação.

Desfinanciamento: Números e contexto

O Exército, a Polícia, a Marinha, a Força Aeroespacial e o Comando Geral das Forças Armadas enfrentam uma grave crise financeira. Para o ano dois mil e vinte e cinco, o Exército solicitou vinte e dois bilhões de pesos e recebeu apenas doze; a Polícia pediu vinte e três bilhões e recebeu quatorze; a Marinha solicitou quatro vírgula seis bilhões e obteve apenas três bilhões; a Força Aeroespacial recebeu dois vírgula seis bilhões e o Comando Geral cento e oitenta e seis mil milhões. Além disso, cerca de novecentos e vinte e um mil milhões de pesos permanecem congelados por causa da crise fiscal, afetando áreas com alta presença de atores armados ilegais (Semana, dois mil e vinte e cinco; Infobae, dois mil e vinte e cinco; Ministro da Defesa, citado na Semana, dois mil e vinte e cinco; Lapatilla, dois mil e vinte e cinco).

O ministro da Defesa reconheceu que a redução do orçamento afetou as operações e que o Governo está ciente do impacto na capacidade de resposta e na moral das tropas (Semana, dois mil e vinte e cinco).

Debate e reações oficiais

O presidente Gustavo Petro e seu gabinete qualificaram de “mentirosos” os relatórios sobre desfinanciamento, defendendo a gestão oficial e assegurando que as condições salariais, educacionais e de bem-estar dos uniformizados foram melhoradas. Petro insiste que nenhum soldado estará desnutrido ou sem educação sob seu governo e que a modernização da Força Pública é uma prioridade, com abertura de vigências futuras para renovar o armamento nacional e fortalecer a tecnologia defensiva (Infobae, dois mil e vinte e cinco; RedMás, dois mil e vinte e cinco; LA FM, dois mil e vinte e cinco; Radionacional, dois mil e vinte e cinco).

No entanto, as evidências coletadas por meios e entidades de controle mostram que o dinheiro entregue é insuficiente e que, se não for feito um ajuste em breve, a ordem pública continuará se deteriorando, com autoridades limitadas para responder às ameaças (Semana, dois mil e vinte e cinco; Lapatilla, dois mil e vinte e cinco; Pulzo, dois mil e vinte e cinco).

Impacto operacional e moral

A falta de recursos obrigou a suspender compras, interromper projetos de infraestrutura e frear investimentos em desenvolvimento humano. O uso de munições e explosivos vencidos, a falta de manutenção de equipamentos e a sobrecarga de missões colocaram em risco a segurança nacional e a moral dos uniformizados. Há depoimentos de soldados e policiais que tiveram que sacar dinheiro do próprio bolso para cobrir tarefas de inteligência, recompensas e patrulhamento, enquanto mandatários locais impuseram novas cargas tributárias para atender necessidades primárias (Infobae, dois mil e vinte e cinco; Semana, dois mil e vinte e cinco; Lapatilla, dois mil e vinte e cinco).

Vantagem para grupos armados ilegais

A redução da presença estatal e o enfraquecimento institucional permitiram que a guerrilha, as dissidências e bandas criminosas expandissem seu controle territorial, fortalecessem suas economias ilícitas e estabelecessem formas de governança paralela. O Clan do Golfo, as dissidências das Farc e o ELN aproveitaram a situação para operar em mais departamentos e municípios, enquanto a capacidade de inteligência e reação do Estado é limitada (Semana, dois mil e vinte e cinco; Infobae, dois mil e vinte e cinco; ACLED, dois mil e vinte e quatro; Pulzo, dois mil e vinte e cinco).

Transparência, corrupção e controle

A Controladoria investiga materiais vencidos, perdas de armamento, sobrepreços e manejo irregular de recursos reservados. Foram identificadas obras inconclusas e dificuldades para financiar sistemas de videovigilância e estações de polícia em cidades intermediárias. A falta de transparência e a contratação direta dificultam o controle e aumentam o risco de corrupção (Semana, dois mil e vinte e cinco; Infobae, dois mil e vinte e cinco; Lapatilla, dois mil e vinte e cinco).

Perspectiva estratégica e inteligência

A redução de recursos impactou a capacidade de antecipar e neutralizar ameaças, dificultando a coleta e a análise de informações estratégicas, e enfraquecendo a prevenção de infiltrações e o controle sobre armamentos. A saída de quadros experientes em áreas sensíveis aumenta o risco de infiltração e fuga de informações críticas, enquanto a pressão operacional e a falta de recursos limitam a capacidade das forças de agir conforme os padrões internacionais (Semana, dois mil e vinte e cinco; Transparency International Defence & Security, dois mil e dezesseis).

Conclusão

A situação atual das forças de segurança na Colômbia reflete uma combinação perigosa de desfinanciamento, saída de quadros experientes e reformas institucionais que, longe de fortalecer a defesa nacional, abriram espaços para o avanço da guerrilha e do crime organizado. O enfraquecimento da capacidade estatal de proteger a cidadania e manter o controle territorial coloca em risco a estabilidade democrática e a confiança nas instituições. É fundamental que o Estado recupere o rumo, garantindo recursos suficientes, fortalecendo a transparência e promovendo uma gestão baseada em critérios técnicos e meritocráticos, para evitar que a segurança e a integridade nacional continuem sendo vulneradas por atores ilegais.

Referências

            •          Semana. (dois mil e vinte e cinco, julho doze). As Forças Armadas estão sem dinheiro: Semana revela o alarmante desfinanciamento que ameaça a segurança do país e dá vantagem aos grupos criminosos. Recuperado de https://www.semana.com/politica/articulo/las-fuerzas-armadas-estan-sin-plata-semana-destapa-la-alarmante-desfinanciacion-que-amenaza-la-seguridad-del-pais-y-le-da-ventaja-a-los-grupos-criminales/202545/

            •          Infobae. (dois mil e vinte e cinco, julho doze). Crise financeira atinge as Forças Armadas da Colômbia: baixo orçamento, cortes e obsolescência. Recuperado de https://www.infobae.com/colombia/2025/07/12/crisis-financiera-golpea-a-las-fuerzas-armadas-de-colombia-bajo-presupuesto-recortes-y-obsolescencia/

            •          Ministro da Defesa fala sobre o desfinanciamento das Forças Armadas e seu impacto nas operações, após investigação da SEMANA. (dois mil e vinte e cinco, julho treze). Recuperado de https://www.semana.com/politica/articulo/ministro-de-defensa-habla-del-desfinanciamiento-de-las-fuerzas-armadas-y-su-impacto-en-las-operaciones-tras-investigacion-de-semana/202503/k

            •          Lapatilla. (dois mil e vinte e cinco, julho doze). Forças Armadas sem dinheiro: Semana revela alarmante desfinanciamento que ameaça a segurança da Colômbia. Recuperado de https://lapatilla.com/2025/07/12/fuerzas-armadas-sin-plata-semana-destapa-alarmante-desfinanciacion-que-amenaza-la-seguridad-de-colombia/

            •          ACLED. (dois mil e vinte e quatro, dezembro doze). Lista de Vigilância de Conflito 2025: Colômbia. Recuperado de https://acleddata.com/conflict-watchlist-2025/colombia/

            •          Pulzo. (dois mil e vinte e cinco, julho doze). Alertam sobre grave desfinanciamento das Forças Militares no Governo Petro. Recuperado de https://www.pulzo.com/nacion/alertan-por-grave-desfinanciacion-fuerzas-militares-gobierno-petro-PP4648715

                      Transparency International Defence & Security. (dois mil e dezesseis). Colômbia: Índice de Anticorrupção na Defesa do Governo. Recuperado de https://ti-defence.org/wp-content/uploads/2016/09/GI-Colombia-2016.pdf

                      LA FM. (dois mil e vinte e cinco, julho doze). Petro nega desfinanciamento da Força Pública na Colômbia. Recuperado de https://www.lafm.com.co/politica/petro-niega-desfinanciacion-de-la-fuerza-publica-en-colombia

            •          RedMás. (dois mil e vinte e cinco, julho doze). Presidente Petro desmente desfinanciamento da Força Pública. Recuperado de https://redmas.com.co/politica/Presidente-Petro-desmiente-desfinanciacion-de-la-Fuerza-Publica-Ningun-soldado-hambriento-habra-en-mi-gobierno-20250712-0024.html

            •          Radionacional. (dois mil e vinte e cinco, julho doze). Desfinanciamento da Força Pública: Petro desmente relatório. Recuperado de https://www.radionacional.co/actualidad/desfinanciacion-la-fuerza-publica-petro-desmiente-informe

 

Sobre o Autor:

William L. Acosta é graduado Magna Cum Laude da PWU e da Universidade de Alliance. É um oficial de polícia aposentado da polícia de Nova York, além de fundador e CEO da Equalizer Private Investigations & Security Services Inc., uma agência licenciada em Nova York e na Flórida, com projeção internacional.

Desde 1999, tem liderado investigações em casos de narcóticos, homicídios e pessoas desaparecidas, além de participar na defesa penal tanto a nível estadual quanto federal.

Especialista em casos internacionais e multijurisdicionais, coordenou operações na América do Norte, Europa e América Latina.

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Sergio Berensztein, Fabián Calle, Pedro von Eyken, José Daniel Salinardi, junto a um destacado grupo de jornalistas e analistas da América Latina, Estados Unidos e Europa.

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