24/10/2024 - politica-e-sociedade

Cristina Kirchner vs. Ricardo Quintela: A Batalha pelo Controle do PJ e as Tensões com Kicillof

Por Uriel Manzo Diaz

Cristina Kirchner vs. Ricardo Quintela: A Batalha pelo Controle do PJ e as Tensões com Kicillof

Cristina Kirchner, Axel Kicillof e Ricardo Quintela, o tridente que negocia, por separado, a unidade do peronismo

O PJ, Entre Cristina e Quintela

Se algo está claro no atual panorama político argentino é que o peronismo já não é o que era. O Partido Justicialista, que uma vez foi imparável, hoje oscila sob o peso de suas próprias contradições e misérias. E não é de se espantar. Com Cristina Kirchner à frente, a corrupção e o autoritarismo se tornaram a moeda corrente do kirchnerismo. Agora, com Javier Milei na Casa Rosada e Victoria Villarruel como vice-presidente, o PJ enfrenta sua batalha mais complicada: uma interna que coloca em jogo não só a presidência do partido, mas também a sobrevivência de um peronismo desgastado.

Cristina Kirchner - Ricardo Quintela

Cristina, Até Quando?

Cristina, em seu jogo de vitimismo e poder, continua agarrada ao controle do PJ como quem se agarra a um caiaque que está afundando. A eterna líder do kirchnerismo —já condenada por corrupção, embora o sistema a mantenha à tona— voltou a mostrar seu verdadeiro rosto, chamando de "traidor" seu antigo protegido, o governador de Buenos Aires, Axel Kicillof. A razão? Simples: não se ajoelhou o suficiente diante dela nesta interna.

A essas alturas, Cristina sabe que seu tempo está contado. O kirchnerismo está em queda livre, e não apenas pela irrupção de Milei. Seu próprio partido está farto dela. Ricardo Quintela, o governador de La Rioja, foi o primeiro a dizer "basta" e desafiá-la pela presidência do PJ. Este é o ocaso de uma era, e Cristina não está disposta a ceder o poder sem antes arrastar todos consigo.

 (Fonte: NA)


Kicillof, O Aluno Estrela

Kicillof, esse eterno aluno aplicado de Cristina, agora está na mira da ex-presidenta por tentar manter uma imagem de unidade dentro do partido. Claro, o governador de Buenos Aires sabe que ficar do lado de Cristina neste momento seria um suicídio político, mas também não pode traí-la abertamente. Não por lealdade, mas porque Kicillof é feito da mesma matéria que tantos outros kirchneristas: calculista, ambicioso e disposto a vender qualquer narrativa com tal de se manter no jogo.

De qualquer forma, a acusação de "traidor" de Cristina soa mais como um desespero do que uma ameaça real. Kicillof está jogando em duas frentes: tenta salvar sua carreira enquanto o PJ desmorona, e no processo conquistou o apoio de Quintela, que quer “protegê-lo”. ¿Proteger de quê? De Cristina, claro está.

Quintela: O Governador que Enfrentou Cristina

Ricardo Quintela, teve a “ousadia” de enfrentar Cristina nas internas do PJ, deu o passo que muitos peronistas temem: enfrentar abertamente a ex-presidenta. Governador de uma província menor, sua figura foi crescendo à sombra das crises internas do kirchnerismo. Quintela representa um setor do peronismo que já não vê em Cristina uma líder, mas um fardo.

O governador de La Rioja pediu publicamente para "cuidar e proteger" Kicillof, o que na verdade é uma clara manobra para ganhar pontos dentro de um PJ que está mais fragmentado do que nunca. Enfrentar Cristina não é tarefa fácil, mas Quintela parece estar disposto a apostar tudo nessas eleições internas do 17 de novembro. Sabe que o kirchnerismo já não é o que era e que muitos dentro do PJ estão prontos para uma renovação.

ARCHIVO.- Quintela e Kicillof em La Rioja

Mais do Mesmo: O Relato de Sempre

Agora bem. Cristina, Kicillof e Quintela fazem parte do mesmo circo. Os três são responsáveis por destruir a Argentina durante anos, fabricar pobres e deixar o país em ruínas. Agora vão fingir que estão brigando para depois se unirem e voltarem a saquear o país, ou pelo menos tentar. Mesmo relato, mesmos delinquentes. Não há espaço para o peronismo redentor, apenas para aqueles que fizeram da corrupção e do clientelismo um modo de vida.

Enquanto trocam ofensas em público, todos sabemos que nos bastidores se repartem o dinheiro. O que estamos presenciando é uma disputa de poder e controle, não uma verdadeira luta pelo futuro do país. E enquanto isso, os argentinos continuam pagando as consequências de décadas de saques.

Bullrich, Milei e a Direita que Observa

Enquanto o PJ se batalha para ver quem fica com os restos do naufrágio, a oposição não perde a oportunidade de apontar a podredão interna do partido. Patricia Bullrich, que foi uma das grandes aliadas de Milei na eleição presidencial, não demorou a opinar sobre o desastre peronista. Segundo Bullrich, a presença de Javier Milei fez com que o PJ perdesse o rumo. E ela não está errada.

Com Milei na presidência e um discurso libertário que rompe com tudo o que foi estabelecido, o PJ está mais deslocado do que nunca. Bullrich aponta diretamente para o fato de que as divisões internas do peronismo não são coincidência: são o resultado de um partido que nunca soube se adaptar às mudanças do país e que agora enfrenta um líder que não joga com as mesmas regras de sempre.

Patricia Bullrich, ministra de Segurança da Nação, opinou sobre a interna que atravessa o PJ (Foto: NA - Damián Dopacio).

Nova Ordem: Milei no Comando

E é aqui que entra em jogo o impacto de Javier Milei. O libertário chegou ao poder prometendo arrasar com a velha política e está fazendo isso. A presença de Milei na presidência obrigou o PJ a confrontar sua realidade: já não são os donos do cenário político argentino. Milei deixou claro que a era do peronismo —pelo menos como o conhecíamos— chegou ao fim.

Um PJ que se Desmorona

O Partido Justicialista está em ruínas. As eleições internas do 17 de novembro não serão apenas uma disputa entre Cristina Kirchner e Ricardo Quintela; serão um veredicto sobre o futuro do peronismo. Mas, a essa altura, realmente importa quem ganhe? Cristina, com todo seu peso histórico, parece mais interessada em destruir o que resta do partido do que deixá-lo nas mãos de outra pessoa. Quintela, por enquanto, não tem o carisma nem a capacidade de unir um PJ fraturado.

Enquanto isso, Milei e Villarruel continuam avançando com seu projeto libertário, deslocando o peronismo do centro do poder na Argentina. O que resta saber é se o PJ pode se reinventar mais uma vez ou se, finalmente, estamos diante do ocaso do partido.

Cristina Kirchner e Ricardo Quintela, candidatos em disputa pela presidência do PJ

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Uriel Manzo Diaz

Uriel Manzo Diaz

Olá! Meu nome é Uriel Manzo Diaz, atualmente estou em processo de aprofundar meus conhecimentos em relações internacionais e ciências políticas, e planejo começar meus estudos nesses campos em 2026. Sou apaixonado por política, educação, cultura, livros e temas internacionais.

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