O médico psiquiatra suíço, Carl Gustav Jung, fez importantes contribuições para o conhecimento e entendimento da psiquis humana.Desde o conceito das sombras como aqueles aspectos próprios que desconhecemos de nós mesmos, ou o espelho, que se manifesta em cada circunstância que nos resulta antipática dos outros e que finalmente compartilhamos, Jung encarou o estudo do homem desde uma óptica introspectiva e integrada com os antecedentes grupais e suas qualidades únicas e exclusivas.Outra de suas inúmeras contribuições foi o conceito de inconsciente coletivo, entendendo como tal a um nível psicológico profundo em que se alojam instintos e lembranças comuns aos grupos de pertença em que uma pessoa se desenvolve.Em geral, são expressões guardadas sobre experiências grupais anteriores, mesmo, prévias ao nascimento da pessoa, que seja por tradição familiar, ou por algum mistério biológico são compartilhadas, fundamentalmente, com o objeto de prover proteção e sobrevivência.Na nossa sociedade, existem padrões comuns compartilhados através das gerações que, entre outras coisas, nos lembram, mesmo para aqueles que nasceram após os fatos, carências, lutas sociais, repressão, postergação, demonização ou injustiça.Depende do grupo com que tratemos, coexistem “entidades inconscientes coletivas” que funcionam como verdadeiros monstros dormindo, À espera que algum barulho forte os faça despertar.Na verdade, o resultado eleitoral passado poderia ser o despertar de um velho monstro, já conhecido, como foi o liberalismo sem restrições, modelo inexistente a nível global, com um estado diminuído e deixando nas mãos do mercado a distribuição das oportunidades e a riqueza.No entanto, este monstro se levantou pelos gritos e alaridos que surgiam de outra entidade, uma que vinha tomando corpo há mais de 20 anos, que foi o do estado omnipotente, intervencionista e discrecional que mudava o destino das pessoas ao seu gosto e piacere.Como podemos ver, Só os monstros podem despertar os monstros.A Argentina está diante de um dos desafios mais importantes de sua história recente, pois em seu plano inconsciente coexistem outros monstros dormindo ou domados parcialmente durante os últimos anos.O destrato pelo qual passaram as forças militares durante os anos posteriores ao processo militar poderia ter servido de caldo de cultivo para engendrar monstros inconscientes naqueles homens que passaram em carne própria por humilhação e desprestigio, por seus familiares, que sem ter sido parte de instituição alguma, puderam ser apontados com o dedo por ser filho ou filha de algum homem de armas, do mesmo modo qualquer pessoa que tenha tido relação ou simpatizado com eles.Vimos como o monstro do terrorismo de estado deu lugar a sua contraparte, que transcendeu a reivindicação das vítimas civis, chegando concretar conceitualmente o descrédito de todas as forças.
27/11/2023 - politica-e-sociedade
O despertar dos monstros.
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horacio gustavo ammaturo
Chamo-me Gustavo Ammaturo. Sou licenciado em Economia. CEO e Diretor de empresas de infraestrutura, energia e telecomunicações. Fundador e mentor de empresas de Fintech, DeFi e desenvolvimento de software. Designer de produtos Blockchain.
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