01/09/2022 - politica-e-sociedade

Desflorestamento na Argentina: Onde estamos, o que estamos fazendo e que políticas podemos melhorar

Por matteo palladino

Desflorestamento na Argentina: Onde estamos, o que estamos fazendo e que políticas podemos melhorar

A desflorestação é um problema global. As florestas e as florestas estão sendo arrasadas há muitos anos, por diversas causas: as mudanças no uso do solo devido ao avanço da fronteira agrícola, a necessidade de madeira tanto para usos madeireiros tradicionais como também para a produção de carvão, combustível muito utilizado em países em desenvolvimento, o crescimento da população e as consequentes necessidades habitacionais, entre outras ameaças, estão diminuindo a cobertura florestal da terra.

A Argentina está entre os 10 países que mais desmontaram nas últimas três décadas.

Mas o que é uma floresta?

Na Argentina a Lei 26.331 de "Presupostos mínimos de proteção ambiental das Florestas Nativas"Entende como florestas nativas aos ecossistemas florestais naturais em diferentes condições de desenvolvimento, de origem primária ou secundária, que apresentam uma cobertura arbórea maior ou igual a 20% com árvores que alcançam uma altura mínima de 3 metros e uma ocupação maior contínua de 0,5 hectares.

De acordo com esta definição, temos 536.545 km2 de florestas nativas (o 19,2% da nossa superfície continental).

O que está fazendo o governo do nosso país para protegê-los?

A partir da sanção da Lei 26.331 encarregou-se às províncias o desenvolvimento de um plano de ordenamento territorial onde se dividiam as florestas em três categorias:

  • ROJO, aquelas áreas com grande importância em matéria de conservação que não podem ser intervenidas
  • AMARILLAS, aquelas que têm importância, mas podem ser submetidas a um aproveitamento racional, mediante autorização, e
  • VERDES que não têm valor de conservação e podem ser desmontadas.
Segundo o relatório sobre desflorestação do Greenpeace de 2021, a Argentina perdeu o equivalente a 12 campos de futebol por hora pelos desmontes, onde quase metade da desflorestação do norte ocorreu em Santiago del Estero e mais de 80% foi ilegal. Em Chaco as topadoras arrasaram 18 mil hectares, apesar de os desmontes estarem suspensos pela justiça provincial.Estima-se que durante 2021 a desflorestação no norte argentino alcanço as 110.180 hectares, ou seja 5 vezes a superfície da Capital Federal.É de suma importância que entendamos o valor das florestas em pé, que não são apenas fontes de madeira, mas também abrigam biodiversidade, são fontes de recursos para as comunidades próximas, absorvem e fixam carbono, regulam o clima local e retêm a água das chuvas evitando inundações.Existem diversas iniciativas no nosso país para a proteção das florestas. Eu recomendo, em particular, o Banco das Florestas, que é uma ONG que agrupa pequenos, médios e grandes doadores para comprar terras com florestas que depois são entregues à administração de parques nacionais para criar novas áreas protegidas.

Esta ONG já leva 4 florestas salvas e participaram do processo de criação do Parque Nacional El Impenetrable em Chaco e da anexação da Estancia Ricanor ao Parque Nacional Os Glaciares.

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matteo palladino

matteo palladino

Meu caminho de ativismo arranco em 2015 na Fundação Banco de Florestas, participei de inúmeras campanhas para salvar florestas na Argentina. Hoje estou estudando a Lic. em Gestão Ambiental e desenvolvendo Oxigen Token, uma ferramenta chave na salvação das florestas do nosso querido planeta.

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