Projeto do Canal Magdalena
O porto da Plata, de grande importância estratégica a nível nacional, encontra-se no Rio da Plata, de onde se distribui a maior quantidade de combustível da Argentina, e aproximadamente 60% do que exporta.
Este porto está localizado perto da destilaria YPF, que produz 70% do combustível consumido pela Argentina; distribuído, em sua maioria, do porto da Plata para o resto do país (de Formosa até Ushuaia). Além disso, possui as melhores condições para os barcos que circulam no comércio internacional e é o principal porto de águas profundas do país.
Atualmente, nosso sistema portuário tem uma grande ineficiência, que é que as rotas seguem o curso natural dos rios até chegar ao ponto de “El Codillo” (altura Punta de Indio), onde é feito um desvio que leva ao tráfego em direção ao Uruguai, o que afeta consideravelmente a navegação cotidiana. Hoje, o Canal Punta Indio é a única via de entrada e saída para os portos do Rio da Plata, do Rio Paraná e do Rio Uruguai, tanto para navios de longo curso provenientes da Europa, Ásia ou outras partes do mundo, quanto para navios que vêm do sul do país.
Trata-se de um canal artificial de uma única via, com 120 km de comprimento, 100 m de largura e 34 pés de profundidade. Este inicia-se na área de "Pontón Recalada", em frente ao porto de Montevidéu e se estende para o oeste por “El Codillo” até confluir com o Canal Intermediário no km 121 do Rio da Plata.
Devido às suas características próprias, um navio que tenha a intenção de entrar em portos fluviais argentinos através do Rio da Plata deve ancorar em uma área de espera localizada em águas de uso comum do Rio da Plata, cujo tráfego é administrado pelo Uruguai, entre Piriápolis e Montevidéu. Ali, as embarcações ficam à espera de que a autoridade marítima do Uruguai, o Centro de Controle do Tráfego do Rio da Plata (CONTRASE) e a Prefectura Naval Argentina (PNA) autorizem a entrada.
Além disso, o canal apresenta as seguintes características: a) é um canal estreito, de uma única via, b) não tem uma trajetória retilínea, c) apresenta taxas de sedimentação excessivas, d) não segue a direção das principais correntes e e) não se orienta a favor dos ventos e ondulações que imperam no rio.
Isso gera consequências: retarda o tráfego, provoca atrasos, ineficiências e maiores custos (são cobrados os dias atrasados que devem ser pagos pelo produtor ou consumidor nacional). Além disso, ocorre que muitos barcos de grandes dimensões que teriam problemas no Codillo não entram e ficam no porto de Montevidéu, de modo que os produtores argentinos precisam fazer transbordo a partir de barcos menores, gerando aumento nos custos.
Diante da grande relevância do Porto da Plata e devido a suas ineficiências, surge a necessidade de criar um sistema portuário e de navegação acessível e eficiente onde possa circular a maior quantidade de carga possível, a baixo custo e de maneira ágil, oferecendo uma resposta benéfica para nossa economia.
As oportunidades que este canal abre podem ser resumidas em: fornecer saída direta para o mar e melhorar a conectividade fluvial marítima, conectar a Bacia do Prata com a Antártida sem precisar navegar por águas administradas por outro país, gozar de maior autonomia no comércio exterior de nosso país, economizar tempos e custos logísticos de navegação, possibilidade de desenvolvimento produtivo e geração de emprego tanto em portos marinhos quanto no transporte marítimo e fluvial.
Em resumo, o Canal Magdalena é um ponto geopolítico, econômico, soberano e de desenvolvimento que responde aos interesses de defesa e soberania nacional. Por isso, considero fundamental continuar apostando nessa alternativa que sirva ao desenvolvimento argentino por e para a nação, defendendo nosso crescimento e autonomia.
Comentários