10/04/2023 - politica-e-sociedade

Narcotráfico: Colômbia e Estados Unidos

Por delfina santamarina

Narcotráfico: Colômbia e Estados Unidos

Nesta oportunidade, propomos apresentar um escrito sobre o narcotráfico colombiano. Neste caso, falamos de uma situação em que intervêm três atores principalmente: Colômbia, Organizações mexicanas (carteles mexicanos) e Estados Unidos como um terceiro ator, importador da droga colombiana.

Os EUA são o principal consumidor de cocaína do mundo, apesar de o seu consumo ter diminuído. Esse dado será tomado como análise para nos perguntar: Por que razão os Estados Unidos são o principal consumidor da droga que mais violência gera no mundo? , e assim, a sua diminuição intervém na oferta , que mudanças vivenciaram essa baixa de demanda norte-americana?

Dessa forma, trataremos de responder ambas as perguntas, como também expor a situação que acontece entre estes três atores (incorporando as organizações mexicanas), a droga em si e seu alcance internacional.

Narcotráfico

Em primeiro lugar, perguntamos o que é o “narcotráfico”? Narcotráfico refere o comércio ilegal em grande quantidade de drogas tóxicas. Aqui falamos especificamente da exportação de cocaína, onde seus produtores ganham uma grande quantidade de dinheiro; é considerado um negócio totalmente rentável.

A ONU fez um estudo estatístico sobre o consumo de drogas ilícitas a nível global (com pouca informação que obteve, já que ao ser um negócio totalmente ilegal, a informação é escassa). Neste sentido, observou-se que há cerca de 250 milhões de consumidores a nível mundial. Isto é um problema porque o negócio não pode desaparecer de um dia para o outro; não só porque é um negócio rentável e quem a manejam obtém um grande poder aquisitivo do mesmo, tornando-se assim um setor poderoso, mas também pelo tipo droga do qual se fala. Ao serem drogas que produzem grandes níveis de dependência, parar o mesmo implicaria que seus consumidores habituais “deixem de funcionar”. Por sua vez, o aumento da procura produz que o mercado continua a funcionar, enriquecendo sectores marginalizados como os produtores e gerando novo emprego.

Cocaína

A cocaína é uma droga ilegal de origem natural, pois ocorre a partir da folha de coca. Esta folha é um recurso natural escasso, por aspectos climáticos, geográficos, entre outros. Desta forma, a colheita é realizada apenas no Peru, na Bolívia e na Colômbia. É por esta razão que a produção de cocaína é totalmente limitada e estes três produtores são os únicos a nível mundial, transformando-a numa droga extremamente cara e que envolve grandes níveis de violência, o que posiciona estes três países como um dos mais inseguros e conflitantes interestatalmente.

A cocaína e a exportação da mesma têm sido um problema internacional. Hoje são parte da agenda, pois como disse anteriormente, tornou-se um ator transnacional muito violento.

Consideramos importante destacar a problemática da colheita da folha de coca. Tanto na Colômbia como no Peru, o cultivo da mesma é ilegal. Não acontece o mesmo com a Bolívia, pois o cultivo é legal, mas existem limitantes à produção, como um número máximo de cultivo. Mas a realidade excede esse número permitido.

Eis uma citação de Roberto Saviano especificando e dando a conhecer detalhes sobre a venda e exportação da droga colombiana:

“Um quilo de cocaína é vendido na Colômbia a 1500 dólares, em Mx entre 12000 e 16000, nos EUA a 27000 , na Espanha a 46000, na Holanda a 47.000 , na Itália 57.000 e R.U 77.000” (Roberto Saviano, 2014).

Narcotráfico da Colômbia para os Estados Unidos

Como bem se disse, a Colômbia é um dos três produtores mundiais de cocaína. Foram divulgados vinte e três bacias cocaleras distribuídas por todo o país. A Colômbia exporta 70% de cocaína a nível mundial, tornando-se assim o principal produtor de cocaína, superando os percentuais do Peru e da Bolívia.

Agora, como dissemos anteriormente, os Estados Unidos têm sido historicamente o principal importador desta cocaína colombiana.

A partir desta clarificação surgem várias perguntas que propomos responder.

Em primeiro lugar, como a cocaína colombiana chega para os Estados Unidos? Por meio dos cartazes mexicanos.

Os cartazes mexicanos são organizações do México que se encarregam principalmente de transportar a droga da Colômbia para os Estados Unidos. É assim que essas organizações aproveitam as diferentes rotas de cocaína para o país norteameriano para exportar diferentes bens e serviços ilegais próprios.

Em segundo lugar, quais rotas são usadas para entrar esses bens e serviços ilegais para os Estados Unidos? Anteriormente, eles entraram por ar. Em 2008, isto começou a mudar, porque também o consumo americano diminuiu. Agora a rota utilizada é, especificamente:

- Rota do pacífico: por mar. É a rota mais habitual pela que entra a cocaína junto com os diferentes bens e serviços ilegais. Tem-se observado que a cocaína viaja desde a Colômbia, tudo por ele pacífico, para Porto Escondido, de lá para “Tepito” na Cidade do México por terra e ali para Los Angeles, Califórnia.

De acordo com um relatório da ONU sobre o mercado transnacional de cocaína, 70% das apreensãos ocorreram em oceanos, mares e portos.

Quanto à diminuição do consumo norte-americano de cocaína, em 2011 viu-se que estatisticamente isso foi real. Dessa forma, a demanda norte-americana para a cocaína colombiana diminuiu. Agora, o que acontece com a oferta da droga colombiana, já que seu principal importador diminuiu o consumo do bem que esses oferecem? Podemos observar que esta não sofreu grandes turbulências na exportação do seu produto. Deu-se a conhecer que o mercado ilegal soube encontrar outros pontos de venda que provocaram uma continuidade na procura , sem que a mesma chegue a estagnar apesar da diminuição do consumo americano. A demanda da droga chegou a todo o mundo, por ende o narcotráfico se expandiu encontrando diferentes enclaves de exportação.

Desta forma, a Colômbia exporta cocaína para esses lugares também: América Latina, Europa, Sudeste da Europa, África (de fato, souberam ser o meio para entrar a droga para a Europa), e muito pouco na Oceania. No entanto, e apesar de ter reduzido seu consumo, os EUA continuam a ser o principal consumidor da droga colombiana.

Se olharmos em números percentuais a quantidade de cocaína que entra nos Estados Unidos é 80% do total da cocaína colombiana, onde a soma do resto dos países só abrange 20%.

Como terceiro e última questão desta análise, cabe-nos perguntar: Por que os Estados Unidos são dos principais consumidores de cocaína?

Ricardo Vargas escreveu em 2017 um artigo para o meio "Razón Pública" onde demonstra que o aumento do consumo desta substância está relacionado a vários aspectos internos dos Estados Unidos, estes são:

1. Os problemas socioeconômicos, culturais e de experiência no uso de drogas,

2. Práticas que indicam ignorância, mas aprendizagem no manejo de psicoativos,

3. Intereses comerciais selvagens que ignoram os mínimos éticos e acabam em problemas de corrupção e crise institucional,

4. As estratégias proibicionistas que dificultam o manejo do problema como um tema de saúde pública onde devem primar os direitos fundamentais dos usuários.

Concluimos que estes aspectos foram difíceis de controlar e, de alguma forma, foram desconhecidos pelos altos funcionários encarregados de tomar decisões. Assim, o consumo americano continua ativo, apesar de sua diminuição, e a oferta colombiana em relação à cocaína tem crescido graças à demanda mundial da droga que mais violência gera internacionalmente.

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