16/06/2023 - Política e Sociedade

Sexo Vs Género

Por guadalupe camurati

Sexo Vs Género

"O problema com o gênero é que prescreve como devemos ser em vez de reconhecer como somos. Agora, imagina quanto mais feliz seríamos, quanto mais livre seria nosso verdadeiro eu individual se não tivéssemos o peso das expectativas de gênero." -Chimamanda Ngozi Adichie

Ao longo da história da humanidade, falou-se sobre sexo e gênero em forma conjunta ou separada em todos os aspectos possíveis. Hoje podemos entender que há uma grande diferença entre ambos conceitos.

A diferença entre sexo e gênero: uma exploração cultural e biológica

Primeiro: O que é o sexo? Cada pessoa nasce com um sexo que se determina na fecundação pelos conhecidos cromossomos XX ou XY que determinam -biologicamente - se você é homem ou mulher, referindo-se à genitalidade. Este é o critério do genótipo, ou seja, do gene, da genética. Quanto ao critério do fenótipo, entendemos que são as coisas físicas e expressivas que possuímos, o que visualmente gera uma diferença, como por exemplo: a forma do corpo, as ancas, os genitais, se houver testículos ou ovários, espermatozóides ou óvulos. O sexo diferencia-se do gênero porque quando se fala de sexo nos referimos à questão biológica, aanatomia do sistema reprodutivo-sexual, em mudança A palavra gênero é uma construção social gerada para se referir ao aspecto cultural do indivíduo. Isso quer dizer que à medida que crescemos podemos (ou não) sentir-nos identificados com o sexo com o qual nascemos. Por ende, Existem apenas dois sexos e infinitos gêneros, provavelmente, muitos mais que ainda não colocámos em palavras.

O gênero foi associado ao termo “sexo” durante muitos anos, assumindo que havia dois sexos por ende dois gêneros: você é mulher ou homem. Já não se considera uma questão dupla, de dois extremos, branco ou preto, mas uma escala de cinzentos. Hoje, entende-se que os conceitos podem estar associados mais ao que é feminino e o que é masculino, não o que é mulher ou o que é de homem. O termo “gênero” reformula-se todos os dias porque cada dia entendemos culturalmente coisas diferentes, dependendo no contexto em que nascemos, crescemos e vivemos junto à religião, à classe social, etc. Isso quer dizer que nascemos com um sexo, mas não com um gênero: o gênero não se limita a apenas duas possibilidades o sexo sim. Nossas figuras primárias nos encerram em um gênero (associado ao sexo biológico ao nascer) e esperam que actuemos dessa maneira de por vida.

A definição que estabelece sobre gênero a OMS (Organização Mundial da Saúde) é a seguinte: «Género» refere-se aos papéis socialmente construídos, comportamentos, atividades e atributos que uma sociedade dada considera apropriados para os homens e as mulheres. "Masculino" e "femenino" são categorias de gênero. Por ende, fala-se do gênero quando referimos ao papel de gênero, papel que esse indivíduo leva como identificação pessoal, como identidade. Estas questões de debate sobre a desvinculação parcial de ambos os termos começam na década de 1980. Judith Butler é uma filosofa americana muito conhecida pelo seu livro “O gênero em disputa” e influenciada por autores como Michel Foucault e Simone de Beauvoir, faz grandes contribuições sobre estudos e influências desses temas e nas conhecidas Teorias Queer.

Desconstruindo gêneros: explorando as teorias queer e a liberdade de expressão

Adentr-nos mais no tema surgem as conhecidas “Teorias Queer” Elas expandem ainda mais este debate. Fala-se de que o masculino e o feminino são ficções culturais, que o gênero é uma representação que se fe afetada por sua desconstrução, a mesma ocorre dia a dia com cada indivíduo que nasce sem se sentir identificado completamente a nenhum sexo. Fala-se de uma pessoa, de um indivíduo, não de uma mulher ou um homem. Refere-se a essas pessoas como "não binárias". Butler expressa que a identidade de uma pessoa está em constante movimento e transformação, mutando dia a dia, geração após geração. A palavra - queer - significa “algo mais” Por ende significa não se fechar à ideia de ter uma identidade de gênero ou uma orientação sexual determinada e fixa.

É um monte, não? O ideal seria que cada um tenho a liberdade de poder se sentir e expressar como desejar e ter o respeito de todas as pessoas que o rodeiam para poder viver em liberdade, como qualquer outro, porque no final do dia, continuamos a ser pessoas.

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guadalupe camurati

guadalupe camurati

Desenhador gráfico, podcast e criador de conteúdo. Em 2020, fiz a tese sobre o prazer feminino e, desde então, acho conteúdo sobre educação sexual em redes. Recentemente comecei um podcast chamado "O ponto G".

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