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A Síria afirmou que chegará a celebrar um pacto de segurança com Israel nas Nações Unidas

Por Lic. Felipe Daniel Barrientos

A Síria afirmou que chegará a celebrar um pacto de segurança com Israel nas Nações Unidas

Imagem dos líderes Ahmed al Sharaa (Síria) e Benjamin Netanyahu (Israel)

Síria e Israel começariam as negociações para a celebração de um pacto de segurança já intensificado em Damasco, onde o presidente Al Sharaa afirmou que o diálogo entre ambas as nações poderia dar resultado nos próximos dias. O acordo será respaldado pela ONU (Organização das Nações Unidas) para ratificar a viabilidade do presente acordo, que reforça a obrigação de Israel de respeitar o espaço aéreo e a integridade territorial da Síria.

A proposta é baseada em conversas direcionadas a obter o cessar dos bombardeios israelenses e a retirada das tropas israelenses no sul da Síria após a queda do ditador Bashar Al Assad (Presidente entre 2000-2024) em 8 de dezembro de 2024, após treze anos de guerra civil, iniciada com protestos governamentais em 15 de março de 2011 no contexto da primavera árabe. O mandatário sírio denunciou que realizou mais de 1000 bombardeios e mais de 400 incursões terrestres em território sírio desde a ação da ofensiva rebelde que derrubou Al Assad, e Sharaa afirmou que a ação militar israelense é contrária ao apoio estadunidense de uma Síria estável e unificada, situação descrita como "perigosa" por Al Sharaa.

De acordo com a imprensa estadunidense, Washington está exercendo pressão para que ambas as partes cheguem a um acordo antes da reunião de líderes internacionais na Assembleia Geral da ONU em Nova York na próxima semana, mas Al Sharaa negou que a Síria esteja recebendo pressão por parte dos Estados Unidos, mas aceita o país norte-americano como grande potência mediadora e não como parte pressionadora nas negociações.

Esse acordo iniciado em Damasco teria semelhanças com o tratado de distensão assinado em 1974, que estabelecia uma zona desmilitarizada entre os dois países, pondo fim ao fogo e separando as forças militares de ambos os países nos Montes Golã. Embora o governo sírio exija a retirada total das forças israelenses, Israel deseja manter uma presença militar em áreas estratégicas capturadas em 8 de dezembro, como o Monte Hermon, e as autoridades israelenses afirmaram publicamente a intenção de controlar esses territórios considerados "estratégicos".

Sharaa afirmou que se este acordo se consolidar, poderiam ser abertas futuras negociações para outros tipos de acordos, mas descartando a possibilidade de uma normalização diplomática como aconteceu após os acordos de Abraão em setembro de 2020, impulsionados pelos Estados Unidos, que levaram à normalização e restabelecimento de relações diplomáticas entre Israel e países árabes, como os Emirados Árabes, Bahrein, entre outros. Com relação aos Montes Golã, território sírio ocupado por Israel e respaldado por Donald Trump e Jordânia para estabilizar o sul da Síria, Sharaa afirmou que será outro tema a ser tratado nas mesas de negociações, considerando-o um tema de "grande importância".

As negociações do presente acordo foram debilitadas em julho, quando ocorreu o enfrentamento entre as milícias drusas e beduínas na província de Suéida (localizada no sudoeste da Síria), cujo confronto se agravou quando as forças militares sírias retiraram o armamento pesado dessa zona de conflito e, por outro lado, Israel interveio, sustentando que tinha que cumprir o objetivo de assegurar e velar pela proteção da comunidade drusa, assim como cumprir com a desmilitarização do sul sírio.

Se nos focarmos na atualidade da Síria, atualmente conta com um governo provisório, ou seja, um governo que exerce suas funções governamentais durante um período de transição, seja após um golpe de estado, revolução ou vacância de poder. Isso ocorre desde 8 de dezembro do ano passado, quando o regime de Bashar Al Assad caiu, e agora Ahmed Al Sharaa assume esse papel de governo provisório; as relações diplomáticas entre Jerusalém e Damasco estão suspensas desde a criação de ambos os estados.

Apesar da inexistência de relações bilaterais entre ambos os estados, há uma situação de reuniões diretas entre ambas as nações, como a passada reunião do mês de agosto em Paris entre o chanceler sírio Asad Al Shibani e o ministro das relações exteriores Ron Dermer, e a próxima reunião que será realizada em 19 de setembro em Baku, Azerbaijão, onde participarão altos funcionários de ambos os países. O que sim, esse fato deixa uma incerteza entre ambas as nações sobre o que ocorrerá se chegar a um acordo para um melhor futuro e prosperidade nesses países do Oriente Médio, ajudando a alcançar uma estabilização e equilíbrio da violência nesta região do mundo.

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Lic. Felipe Daniel Barrientos

Lic. Felipe Daniel Barrientos

Especializado em Política Internacional e em questões de política externa argentina.
Pesquisador em Segurança Internacional.

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