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A máfia albanesa no Equador: Anatomia de uma rede global de tráfico de cocaína

Por Poder & Dinero

A máfia albanesa no Equador: Anatomia de uma rede global de tráfico de cocaína

William Acosta para Poder & Dinero e FinGurú

Introdução

A máfia albanesa se consolidou como um ator-chave no tráfico internacional de cocaína, operando do Equador para a Europa com um modelo empresarial sofisticado que combina o uso de empresas legais e estruturas flexíveis para evadir controles e sanções. Sua presença na América Latina, especialmente no Equador, cresceu nas últimas duas décadas, estabelecendo alianças com cartéis latino-americanos e máfias europeias para controlar rotas e logística, sem recorrer à violência maciça característica de outros grupos criminosos (BBC Mundo, 2022; Infobae, 2025; DNews, 2024).

Este relatório detalha a anatomia dessa rede global, suas operações, vínculos, estratégias de lavagem de dinheiro, o papel da corrupção e da cooperação internacional, a teia de organizações criminosas aliadas na região, os portos estratégicos utilizados, sua conexão com o Cartel de los Soles em 

Venezuela e recomendações para o combate integral.

Organizações criminosas aliadas da máfia albanesa na região

A máfia albanesa teceu uma rede de alianças com múltiplas organizações criminosas latino-americanas e europeias, fundamentais para sua capacidade operacional e sua expansão global. 

Entre as principais organizações e clãs aliados destacam-se:

No Equador:

- Os Choneros

- Os Lobos

- Os Lagartos

- Os Chone Killers

- Tiguerones

Essas gangues participam no transporte, custódia e embarque de cocaína em portos equatorianos, e estabeleceram vínculos pessoais e familiares com emissários dos Balcãs, chegando mesmo a compartilhar compadrazgos para fortalecer a confiança e cooperação (Primicias, 2025; DNews, 2025; Infobae, 2025).

 

Na Colômbia:

- Clan del Golfo

- Dissidências das FARC

- Bandas narcoparamilitares como La Constru

Esses grupos fornecem cocaína e controlam corredores de fronteira, facilitando o acesso à matéria-prima e rotas para o Equador (BBC Mundo, 2022; DNews, 2025).

 

No México:

- Cartel de Sinaloa (especialmente a facção de Ismael “El Mayo” Zambada)

- Cartel Jalisco Nueva Generación (CJNG)

- Clã dos irmãos Hysa (vinculados à lavagem de dinheiro e empresas fachada na Baja California, Quintana Roo e Sonora)

A máfia albanesa colabora com esses grupos na lavagem de dinheiro, criação de empresas fachada e logística para o envio de cocaína à Europa. Além disso, investigações documentaram que a máfia albanesa lava dinheiro para o CJNG e o Cartel de Sinaloa por meio de cassinos e operações no México e Europa, e participa da proteção e encobrimento de carregamentos de drogas sintéticas e cocaína (La Jornada, 2022; El Universal, 2022; El País, 2022).

 

No Peru e na Bolívia:

- Grupos locais de narcotráfico e fornecedores de cocaína

A máfia albanesa estabeleceu contatos diretos com produtores e bandas peruanas e bolivianas, assegurando a aquisição de cocaína a baixo preço e a saída de carregamentos por rotas alternativas (BBC Mundo, 2022; DNews, 2025).

 

Na Europa:

- Kompania Bello (federação de 14 clãs criminosos albaneses)

- La ’Ndrangheta (máfia italiana)

- Cosca Alampi (clã calabrês vinculado à ’Ndrangheta, com presença em Guayaquil)

- Cosa Nostra e Camorra (outras máfias italianas com as quais compartilham rotas e logística portuária)

Essas máfias colaboram no controle de portos europeus estratégicos como Antuérpia, Gioia Tauro, Roterdã e Salônica, e na distribuição e lavagem de dinheiro no continente (Código Vidrio, 2025; Primicias, 2025; Infobae, 2025).

 

Na Venezuela:

- Cartel de los Soles

Os albaneses estabeleceram vínculos estratégicos com o Cartel de los Soles, organização dirigida por militares venezuelanos que controlam portos, aeroportos e rotas de narcotráfico. Essa aliança facilita o tráfico de cocaína para a Europa por meio da infiltração em portos venezuelanos como Puerto Cabello e La Guaira, e rotas aéreas clandestinas coordenadas por militares corruptos (BBC Mundo, 2022; El Mundo, 2020; Infobae, 2025). Eles também operam na lavagem de dinheiro e atividades de desestabilização política, com presença em zonas econômicas especiais como Margarita e em entidades bancárias e de segurança (DNews, 2024; ONU, 2020; Viory Video, 2025).

Outras alianças e presença regional:

A máfia albanesa também foi detectada no Chile, onde mantém contatos com redes locais para expandir rotas e atividades ilícitas (DNews, 2025).

Portos estratégicos utilizados pela organização

A máfia albanesa opera por meio de uma rede logística transnacional que aproveita portos-chave no Equador, Colômbia, Venezuela e Europa para o tráfico de cocaína:

 

No Equador:

- Guayaquil: Principal centro de operações, com sete de seus oito portos marítimos (Contecon, TPG, Banana Puerto, Fertisa, entre outros) utilizados para contaminar contêineres de exportação. Entre 2016 e 2019 foram apreendidas 40 toneladas de drogas apenas neste porto (Plan V, 2019; Swissinfo, 2024).

- Porto Bolívar (El Oro): Empregado para embarques de banana com fundos duplos em contêineres, coordenado com bandas locais (Plan V, 2019).

- Manta e Esmeraldas: Usados como alternativas para evadir controles, embora com menor volume de operações (Plan V, 2019).

 

Na Colômbia:

- Buenaventura: Ponto chave para recepção de cocaína do Vale do Cauca, enviada depois para o Equador para seu camuflagem em exportações (BBC Mundo, 2022).

- Cartagena: Utilizado como escala em rotas marítimas para a Europa, especialmente para carregamentos de frutas contaminadas (BBC Mundo, 2022).

 

Na Venezuela:

- Puerto Cabello e La Guaira: Utilizados em aliança com o Cartel de los Soles para embarques de cocaína para a Europa, aproveitando a proteção institucional e a fragilidade dos

 (El Mundo, 2020; BBC Mundo, 2022).

 

Na Europa:

- Antuérpia (Bélgica) e Roterdã (Países Baixos): Controlados mediante infiltração em terminais portuários, onde a máfia albanesa compartilha operações com a ’Ndrangheta italiana (Código Vidrio, 2025; Infobae, 2025).

- Gioia Tauro (Itália): Centro neurálgico da ’Ndrangheta para recepção e distribuição, com alianças logísticas com redes albanesas (Código Vidrio, 2025; Infobae, 2025).

- Vigo e Algeciras (Espanha): Usados para desembarque maciço (10 toneladas apreendidas em 2024-2025), aproveitando novas rotas marítimas do Equador (El País, 2025).

- Salônica (Grécia): Destino recorrente para redirecionamento de carregamentos após alertas em outros portos (Código Vidrio, 2025; Infobae, 2025).

 

Reciclagem empresarial e lavagem de dinheiro

A reciclagem empresarial é uma estratégia chave para a resiliência dessas redes. Consiste em retirar temporariamente os administradores e acionistas envolvidos em apreensões ou investigações para reduzir a exposição pública e o risco de sanções, reincorporando-os posteriormente. Isso permite que as empresas continuem operando, mantendo permissões e licenças, e facilitando a lavagem de dinheiro através de atividades legais, como a exportação de banana e carne (Infobae, 2025). Entre 2014 e 2023, pelo menos seis empresas albanesas estiveram envolvidas em apreensões, mas seguiram ativas ou retomaram operações após realizar mudanças cosméticas em sua administração (Infobae, 2025).

 

Corrupção e cumplicidade institucional

A corrupção é um fator determinante que facilita a operação da máfia albanesa no Equador e na região. A infiltração no sistema judicial, forças de segurança, aduanas e portos permite que membros dessas redes evadam a justiça, obtenham liberações antecipadas e continuem suas atividades ilícitas com impunidade (Primicias, 2025; DNews, 2025). A cumplicidade de funcionários facilita a contaminação de contêineres, o acesso a informações privilegiadas e a proteção das operações criminosas (Plan V, 2023). Essa corrupção institucional enfraquece a capacidade do Estado de combater eficazmente o narcotráfico e perpetua a influência dessas máfias na economia e sociedade equatorianas (BBC Mundo, 2022).

 

Cooperação internacional e papel dos Estados Unidos

Os Estados Unidos aumentaram sua cooperação com o Equador para combater o narcotráfico e a máfia albanesa, focando em conter a imigração ilegal, o tráfico de drogas e fortalecer a economia para reduzir a influência criminal (Infobae, 2025; Swissinfo, 2025). A DEA e outras agências estadunidenses colaboram em investigações, intercâmbio de inteligência e operações conjuntas que resultaram na captura e extradição de líderes albaneses (Albanian Daily News, 2021). Além disso, Washington apoia com tecnologia, capacitação e respaldo político para fortalecer as instituições equatorianas frente a essas ameaças (Washington Examiner, 2024). No entanto, a sofisticação das redes e a corrupção local continuam sendo desafios importantes para a efetividade dessas ações.

 

Recomendações para o combate à máfia albanesa e suas redes aliadas

 

  1. Fortalecer a cooperação internacional e a inteligência compartilhada:

É essencial manter e aprofundar a colaboração entre agências policiais e judiciais do Equador, Europa, Estados Unidos e países vizinhos. Operações conjuntas como o caso “Pampa”, que levou à detenção de 30 pessoas no Equador e na Espanha, demonstram a eficácia da cooperação transnacional para atacar tanto as rotas quanto as estruturas financeiras do crime organizado (Infobae, 2025; Swissinfo, 2025; Plan V, 2025; YouTube, 2024).

 

  1. Supervisão e controle de empresas fachada e exportadoras:

Implementar auditorias periódicas, controles aduaneiros reforçados e monitoramento de mudanças na administração de empresas exportadoras, especialmente no setor de banana e carne, para detectar padrões de reciclagem empresarial e lavagem de ativos (Infobae, 2025).

 

  1. Reforma e depuração institucional:

É urgente fortalecer a independência e a capacidade de controle interno no sistema judicial, aduanas, forças de segurança e portos. A depuração de funcionários corruptos e a proteção de testemunhas e denunciantes são chaves para romper a cumplicidade institucional (Plan V, 2025; Primicias, 2025).

 

  1. Transparência financeira e controle da lavagem de ativos:

Melhorar a rastreabilidade de grandes movimentos de capital, criar registros públicos de beneficiários finais de empresas e fortalecer a Unidade de Análise Financeira e Econômica (UAFE) para detectar operações suspeitas (Infobae, 2025; Plan V, 2025).

 

  1. Desenvolvimento de capacidades tecnológicas e uso de inteligência artificial:

Investir em ferramentas tecnológicas para análise de dados, detecção de padrões de lavagem e vigilância de rotas marítimas e aéreas, bem como o uso de inteligência artificial para auditorias setoriais (Infobae, 2025).

 

  1. Atenção à prevenção social e desenvolvimento local:

Implementar programas de desenvolvimento social e econômico em áreas vulneráveis para reduzir a captação de jovens por gangs criminosas e fortalecer o tecido social frente à influência do narcotráfico (Plano V, 2025; Primicias, 2025).

 

  1. Reforçar a proteção de infraestruturas críticas:

Aumentar a segurança e os controles em portos, aeroportos e passagens de fronteira, com equipamentos especializados e cooperação internacional, para evitar a contaminação de contêineres e a saída de carregamentos ilícitos (Infobae, 2025; Swissinfo, 2025).

 

  1. Promover a transparência e a prestação de contas:

Fomentar a publicação de dados sobre apreensões, operações e condenações, assim como a avaliação independente de políticas públicas, para manter a pressão social e política sobre as redes criminosas e seus aliados (Plano V, 2025).

 

Conclusão

A máfia albanesa estabeleceu no Equador um modelo criminoso baseado na discrição, flexibilidade e infiltração institucional, utilizando empresas legais como fachada para o tráfico e lavagem de dinheiro. A corrupção e a cumplicidade de funcionários públicos têm sido cruciais para sua expansão e resiliência. Seu sucesso depende em grande parte de sua capacidade de tecer alianças com organizações criminosas locais e transnacionais, como Los Choneros, Los Lobos, Tiguerones, o Cartel de Sinaloa, o Cartel Jalisco Nova Geração, a ’Ndrangheta, o Cartel dos Sóis e outros clãs europeus e latino-americanos. A cooperação internacional, com um papel destacado dos Estados Unidos e da União Europeia, é vital para enfrentar essa ameaça, mas requer fortalecimento institucional, reformas profundas e uma estratégia integral que combine inteligência, controle financeiro, prevenção social e transparência. Somente através de um esforço coordenado e multidimensional será possível reduzir o impacto da máfia albanesa no Equador e na região, e recuperar a soberania e segurança do Estado (Infobae, 2025; BBC Mundo, 2022; Primicias, 2025; El País, 2022).

 

Referências

BBC Mundo. (2022, 15 de novembro). Como opera a máfia albanesa na América Latina e até onde chega sua influência. https://www.bbc.com/mundo/noticias-america-latina-63579332

Infobae. (2025, 21 de junho). Como opera a máfia albanesa para traficar cocaína do Equador para a Europa. https://www.infobae.com/america/america-latina/2025/06/21/como-opera-la-mafia-albanesa-para-traficar-cocaina-desde-ecuador-hacia-europa/

DNews. (2025, 16 de junho). Máfia Albanesa - Famílias Narco | Especiais DNews Vídeo. https://www.youtube.com/watch?v=4YFIpVOFhOI

Primicias. (2025, 17 de junho). Máfias balcânicas estabelecem compadrados com narcos do Equador e contribuem para “epidemia de violência” no país. https://www.primicias.ec/seguridad/mafia-albanesa-grupos-balcanes-narcotrafico-lavado-activos-compadrazgos-narcos-ecuador-violencia-98636/

El País. (2022, 4 de novembro). Os cartéis mexicanos disputam o controle do narcotráfico no Equador. https://elpais.com/mexico/2022-11-04/los-carteles-mexicanos-se-disputan-el-control-del-narcotrafico-en-ecuador.html

El País. (2025, 15 de janeiro). As máfias albanesas se infiltram no porto de Vigo. https://elpais.com/espana/galicia/2025-01-15/las-mafias-albanesas-se-infiltran-en-el-puerto-de-vigo-para-el-desembarco-de-cocaina.html

La Jornada. (2022, 21 de setembro). Investigam a máfia albanesa que lava dinheiro em cassinos para cartéis mexicanos. https://www.jornada.com.mx/notas/2022/09/21/politica/investigan-a-mafia-albanesa-que-lava-dinero-en-casinos-a-carteles-mexicanos/

El Universal. (2022, 15 de setembro). Cartel de Sinaloa se alia à máfia albanesa. https://www.eluniversal.com.mx/nacion/cartel-de-sinaloa-se-alia-com-mafia-albanesa/

Código Vidrio. (2025, 6 de março). Assim aterrissaram as máfias de albaneses e italianos no Equador. https://www.codigovidrio.com/code/asi-aterrizaron-las-mafias-de-albaneses-e-italianos-en-ecuador/

Swissinfo. (2024, 12 de novembro). A Promotoria do Equador acusa líder da máfia albanesa de enviar toneladas de cocaína para a Europa. https://www.swissinfo.ch/spa/fiscal%C3%ADa-de-ecuador-acusa-a-capo-de-mafia-albanesa-de-enviar-toneladas-de-coca%C3%ADna-a-europa/85637062

Swissinfo. (2025, 19 de maio). Maduro vincula a máfia albanesa no Equador a um plano para “sabotear” as eleições regionais. https://www.swissinfo.ch/spa/maduro-vincula-a-mafia-albanesa-en-ecuador-con-plan-para-sabotear-elecciones-regionales/89347951

Plano V. (2019, 15 de dezembro). Assim opera a máfia albanesa no Equador. https://planv.com.ec/investigacion/asi-opera-la-mafia-albanesa-ecuador/

Plano V. (2023, 23 de fevereiro). 15 aspectos desconhecidos das operações da máfia albanesa no Equador. https://planv.com.ec/historias/15-aspectos-desconhecidos-operacoes-la-mafia-albanesa-ecuador/

Plano V. (2025, 3 de junho). Código Gjika: o golpe na máfia albanesa é um teste político para o Equador. https://planv.com.ec/historias/crimen-organizado/codigo-gjika-el-golpe-a-la-mafia-albanesa-es-una-prueba-politica-para-ecuador/

Albanian Daily News. (2021, 20 de setembro). Gangues albanesas entre as mais notórias em rotas de distribuição de drogas reveladas. https://albaniandailynews.com/news/albanian-gangs-among-most-notorious-in-drugs-distribution-routes-revealed

Washington Examiner. (2024, 15 de janeiro). A guerra das drogas no Equador tem muito a ver com a Albânia. https://www.washingtonexaminer.com/opinion/2794049/ecuadors-drug-war-has-a-lot-to-do-with-albania

El Mundo. (2020, 27 de fevereiro). A ONU confirma que os narcos se infiltraram no exército da Venezuela. https://www.elmundo.es/internacional/2020/02/27/5e58131cfdddff671a8b458b.html

Viory Video. (2025). O presidente venezuelano Maduro denuncia vínculos da 'máfia albanesa'. https://www.youtube.com/watch?v=vexkQiRJ1JM

ONU. (2020). Relatório da Missão Internacional Independente de Determinação dos Fatos sobre a República Bolivariana da Venezuela. https://www.ohchr.org/es/hr-bodies/hrc/ffmv/report-venezuela

YouTube. (2024, 7 de fevereiro). Equador e Espanha dão um golpe na máfia albanesa com operação conjunta. https://www.youtube.com/watch?v=b54V5t2yJxo

 

Sobre o Autor:

William L. Acosta é graduado da PWU e da Universidade de Alliance. É um oficial de polícia aposentado da polícia de Nova York, bem como fundador e CEO da Equalizer Private Investigations & Security Services Inc., uma agência licenciada em Nova York e Flórida, com projeção internacional.

Desde 1999, tem liderado investigações em casos de narcóticos, homicídios e pessoas desaparecidas, além de participar na defesa penal tanto a nível estadual como federal. Especialista em casos internacionais e multijurisdicionais, tem coordenado operações na América do Norte, Europa e América Latina

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