O fechamento das listas legislativas em agosto de 2025 deixou um panorama político cheio de sinais sobre o rumo das principais forças do país. Enquanto a situação libertária centralizou seu poder em torno de Karina Milei, o peronismo surpreendeu com um pacto estratégico entre Cristina Fernández de Kirchner e Sergio Massa, e o PRO de Mauricio Macri confirmou um retrocesso acentuado. Esses movimentos não apenas impactam a formação imediata de candidaturas, mas também antecipam uma reconfiguração mais profunda do sistema político argentino.
No governo, Karina Milei se consolidou como figura central ao impor disciplina e controle na formação das listas. A decisão de relegar Santiago Caputo e limitar o peso de seu grupo demonstrou que dentro de La Libertad Avanza não há espaço para disputas internas.
No peronismo, a surpresa foi o acordo entre Cristina Kirchner e Sergio Massa, que permitiu fechar candidaturas conjuntas em distritos chave. Embora isso não implique uma reconciliação total, mostra um pragmatismo voltado a manter representação e evitar a fragmentação.
Um elemento a destacar é como este fechamento de listas expôs a diferença de estratégias: enquanto o governo apostou na concentração de poder em uma única figura, o peronismo recorreu ao consenso entre setores historicamente em conflito. Isso evidencia que as forças políticas escolheram caminhos opostos para enfrentar a próxima etapa eleitoral.
Em contraste, o PRO de Mauricio Macri confirmou seu retrocesso. Com listas competitivas em poucas províncias e menor protagonismo nacional, a força ficou reduzida frente ao avanço libertário e à capacidade de adaptação do peronismo.
O fechamento de listas consolidou Karina Milei como líder indiscutível, mostrou a resiliência do peronismo através de acordos estratégicos e expôs o declínio do PRO e de Mauricio Macri. Juntos, esses movimentos antecipam uma etapa política marcada pela concentração de poder e pela necessidade de adaptação das forças tradicionais.
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