A Rodovia Perón seria o terceiro anel de contorno do AMBA
Não foi exceção o caso de uma rodovia cujo nome não está isento de polêmicas. A expansão do traçado da Rodovia Caminho do Bom Aire, ou também chamada de presidente Perón, é uma artéria viária fundamental no desenvolvimento tanto estratégico como de conectividade dos municípios que se encontram na segunda corda do conurbano.
A importância estratégica
Iniciada sua licitação pelo governo nacional em 2009 com o objetivo de construir 94 km em um período de 3 anos, e iniciada a obra no ano seguinte, teve uma grande aceitação por parte dos prefeitos. Ao se tornar o terceiro anel de contorno do AMBA, conectaria desde a interseção do Acesso Oeste e da Rodovia do Bom Aire em Merlo, até a Ruta 2 em Berazategui, passando por municípios periféricos como Ezeiza, San Vicente, Florencio Varela e o sudoeste de La Matanza.
É uma obra chave para conseguir a conectividade do Conurbano sem passar pela General Paz.
Dessa forma, permite avançar para uma maior integração metropolitana, descongestionando a tão odiada General Paz e beneficiando os veículos de carga que precisam desviar para a Ruta provincial 6 ou pelas já tão transitadas rotas urbanizadas do conurbano.
Situação atual
No entanto, ainda não foi inaugurado um dos tramos principais mais importantes: a conexão da Rodovia com o Acesso Oeste no Município de Merlo.
Ainda hoje, para chegar do Acesso Oeste à nova Rodovia, é preciso transitar pela modesta coletora do Rio Reconquista, e adentrar em um labiríntico caminho de ruas cortadas e sinalizações, cruzar uma barreira de trem, e entrar na Ruta provincial 40 para então poder retomar a rodovia, consumindo entre 20 e 30 minutos em algo que poderia ser feito em 5.
A dificuldade da Transferência de Nação para Província
Desde o dia 10 de dezembro de 2023, essa obra pública, cuja construção triplicou sua duração estimada, está completamente parada. Com 31 km inconclusos (6 quilômetros no já mencionado trecho de Merlo, e 24 km em Guernica até a Ruta 2) não possui iluminação, coletoras, segurança viária nem presença policial alguma, e está se tornando um corredor propício para o tráfico de drogas e o narcotraficante. “Hoje não há forças federais, ninguém controla o que acontece”, argumentou o ministro da segurança da província de Buenos Aires.
A reivindicação do governo provincial é a transferência do controle da obra por parte da Nação, que o chefe de Gabinete Guillermo Francos afirmou que estaria de acordo. No entanto, o fato ainda não foi realizado devido à “complexidade da questão administrativa”, e as condições das empresas que foram adjudicadas a licitação nos distintos trechos da rodovia. Enquanto isso, os perigos gerados na tão necessária artéria ainda continuam.
Apesar de que a recentemente aprovada Lei de Bases determina que no artigo 73 do Título III o Poder Executivo poderá reconduzir obras e serviços públicos paralisados, ainda não há movimentos de ações pertinentes para a transferência.
Roma não foi construída em um dia, mas também não parou de ser construída. Quanto mais tempo será necessário esperar para finalizar uma obra crucial no desenvolvimento do conurbano?
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