Imagem do presidente Milei celebrando a vitória da LLA (La Libertad Avanza) na maioria das províncias argentinas
La Libertad Avanza se impôs na maioria das províncias e se consolida como a principal força política nacional, tem o desafio de transformar o apoio eleitoral em governabilidade e gestão. O espaço político do presidente, Javier Milei, conseguiu se impor em grande parte do território nacional, consolidando sua presença no Congresso e reforçando a posição de Javier Milei em relação ao seu possível segundo mandato em 2027.
La Libertad Avanza conseguiu triunfos em províncias como Mendoza, Córdoba, Santa Fé, Entre Rios, Misiones, San Luis, Chaco, Jujuy, Salta, Neuquén, Río Negro, Chubut, Tierra del Fuego e uma surpreendente vitória na província de Buenos Aires e uma esmagadora vitória na Capital Federal na Câmara dos Deputados, conseguindo obter um resultado de 40% dos votos, deixando em segundo lugar a força do peronismo kirchnerista de Fuerza Patria, que obteve 31%, seguido de Provincias Unidas, que representam os partidos provinciais, com 7% dos votos, seguido do Frente de Izquierda, que teve uma eleição destacada em comparação com outros anos, obtendo 3% dos votos. La Libertad Avanza obteve 64 assentos na câmara baixa, permitindo-lhe somar um total de 93 assentos, o kirchnerismo obteve 31 assentos, totalizando 94 assentos, e outras forças como Provincias Unidas, o Frente de Izquierda e o Frente Cívico por Santiago (Partido de Santiago del Estero) também obtiveram assentos. Ainda assim, o partido do presidente Milei não consegue alcançar uma maioria absoluta na câmara dos deputados, a menos que consiga construir alianças com o PRO e outras agrupações para que as leis ou decretos que o presidente proponha sejam aprovados.
No senado, La Libertad Avanza ganhou nas províncias onde se elegiam senadores, exceto em Santiago Del Estero e Rio Negro, destacando a grande vitória da ministra da segurança, Patricia Bullrich, na Cidade Autónoma de Buenos Aires, obtendo 50% dos votos, o que significa que obteve metade dos votos do eleitorado portenho, assim como a vitória de Diego Santilli na província de Buenos Aires com 40% dos votos frente ao candidato do kirchnerismo, o ex-chanceler Jorge Taiana, que obteve 39% dos votos, o que significa uma leve vantagem do governo em relação à oposição. O peronismo cedeu espaço na câmara alta, sendo uma vitória para Javier Milei, que contava com uma presença muito menor e agora conta com 13 senadores, o que agora lhe permite ter um total de 24 senadores.
Os resultados configuram uma mudança relevante no mapa político argentino, com um retrocesso e uma aguda fragmentação do peronismo em relação às próximas eleições em 2027, devido às internas protagonizadas por Máximo Kirchner e Axel Kicilloff pela liderança do peronismo em nível nacional, portanto, eles devem se reorganizar para poder enfrentar e derrotar Milei nas próximas eleições. Em muitas províncias, a fragmentação da oposição facilitou a expansão libertária, que conseguiu captar os votos independentes e do eleitorado desencantado com as forças tradicionais.
A vitória de Milei também abre interrogações, com um congresso parcialmente favorável, o governo deverá demonstrar que pode converter sua força eleitoral em capacidade de gestão e diálogo institucional, uma tarefa difícil para o governo, porque a economia mostra índices de inflação, a falta de emprego e oportunidades de trabalho para os jovens persiste e gera um mal-estar social, assim como as medidas de ajuste para os aposentados e deficientes, ou os mesmos escândalos de corrupção nos quais ele se viu implicado no caso Libra, o caso de Karina Milei com as propinas de 3% na ANDIS (Agência Nacional da Deficiência), entre outros fatos que marcaram um questionamento sobre a continuidade do governo de Milei.
Em conclusão, essas eleições legislativas deixaram uma imagem de transição e mudança porque o eleitorado mostrou uma preferência pela continuidade do modelo atual, mas também uma demanda por resultados concretos em matéria econômica e social. O que veremos a partir de 10 de dezembro é um novo congresso muito fragmentado e diverso, que colocará à prova a capacidade de todas as forças para construir consensos em um contexto onde há muitas expectativas e tensões.

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