O Presidente da França, Emmanuel Macron, na Assembleia Geral das Nações Unidas
Na terça-feira, 23 de setembro, começou o 80º período de sessões da Assembleia Geral das Nações Unidas. Os 193 Estados membros se reuniram para debater e negociar sobre tópicos relevantes para a manutenção da paz e segurança internacionais. Nesse contexto, um grupo de países, entre os quais se encontram Reino Unido, França, Canadá, Austrália e Portugal, reconhecerão o Estado da Palestina.
Esta medida tem como objetivo construir uma liderança palestina alternativa ao grupo terrorista Hamas e frear a massacração que está acontecendo na Faixa de Gaza, que muitas organizações internacionais como a Anistia Internacional e as próprias Nações Unidas qualificaram como genocídio.
Esse grupo de países ocidentais, aliados na maioria a Israel, justificou sua decisão afirmando que o estabelecimento de um Estado palestino é o único caminho para alcançar a paz no Oriente Médio. A solução de dois Estados, fim último da folha de ruta proposta há trinta anos nos Acordos de Oslo, conta com um respaldo avassalador por parte da Comunidade Internacional. Com o reconhecimento da França, que serviu como líder para esse reconhecimento coletivo, e do Reino Unido, já são quatro dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança que reconhecem o Estado palestino.
A única exceção é os Estados Unidos. Apesar das declarações feitas durante a Administração Obama sobre a necessidade de avançar na solução de dois Estados para construir um processo de paz duradouro no Oriente Médio e não obstante os rumores sobre um reconhecimento de um Estado palestino por parte de Trump, Washington se mantém firme em sua postura de não reconhecer ainda a Palestina.
Israel reagiu a esse reconhecimento em massa alegando que instar a concretização de um Estado palestino seria uma forma de recompensar o Hamas. É importante destacar que todos os Estados comprometidos em reconhecer a Palestina como membro da Comunidade Internacional condenaram os atentados de 7 de outubro e declararam que, no futuro Estado palestino, grupos extremistas como o Hamas e a Jihad islâmica não devem detentar o poder.
Dois anos depois do início da guerra entre Israel e Hamas, com mais de 60.000 palestinos mortos e cerca de 50 reféns israelenses ainda em mãos do Hamas, essa estratégia diplomática por parte dos países ocidentais busca se aproximar dos setores mais moderados em Israel e na Palestina. No entanto, esse reconhecimento pode se tornar uma mera declaração de intenções se não for complementado com ações concretas para frear os crimes que estão sendo cometidos na Faixa de Gaza.
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