15/10/2024 - politica-e-sociedade

Venezuela Sem BRICS: Uma Análise do Isolamento do Regime Chavista

Por Poder & Dinero

Venezuela Sem BRICS: Uma Análise do Isolamento do Regime Chavista

Jesús Daniel Romero e William Acosta para Poder & Dinero e FinGurú

Uma Mudança no Cenário Global

A Venezuela enfrenta oposição à sua possível entrada no bloco denominado BRICS. De acordo com diferentes fontes de informação aberta, não está na lista de candidatos que serão convidados à membresia do BRICS durante a próxima reunião que será realizada na Rússia este mês de outubro. Ao que parece, o Brasil teria reservas sobre estender a membresia como membro associado à Venezuela devido à sua situação econômica e aos resultados questionáveis das eleições presidenciais do mês passado, em julho. De acordo com o processo do BRICS, os países membros teriam que estar todos de acordo sobre a entrada de um novo membro, o que não existe neste momento. Se não receber um convite para a membresia do BRICS durante esta próxima reunião em outubro, o regime venezuelano se verá derrotado e severamente frágil em relação a outros países menos ricos e influentes, o que seria um duro golpe para o Socialismo do Século 21.

Desde sua criação em 2009, o BRICS tem trabalhado para desafiar o domínio ocidental, promovendo a cooperação entre economias emergentes. Este grupo busca reformar o sistema financeiro internacional e fomentar um comércio mais equitativo entre seus membros. A recente expansão do bloco, com a inclusão de novos países, sublinha sua crescente relevância no panorama global. Países membros e parceiros como China, Irã e Rússia buscam evitar restrições financeiras e bancárias internacionais. Esses países, particularmente, procuram escapar de sanções impostas por violações de restrições bancárias internacionais no uso do dólar norte-americano. No entanto, a decisão de excluir a Venezuela ressalta uma clara falta de alinhamento entre os princípios do BRICS e a situação atual no país sul-americano.

Razões pelas quais a Venezuela não se qualifica para o BRICS

1. Inestabilidade Econômica: A Venezuela enfrenta uma crise severa, com inflação descontrolada e uma economia que se contraiu drasticamente. Essa inestabilidade dificulta sua capacidade de contribuir de forma eficaz ao bloco e participar em iniciativas de cooperação.

2. Elevada Dívida Externa: Com uma dívida externa que supera os 150 bilhões de dólares, o governo chavista perdeu sua capacidade de estabelecer relações internacionais sólidas e sustentáveis, o que limita seu apelo como membro do BRICS.

3. Falta de Controle sobre Recursos Estratégicos: A perda de controle sobre ativos chave e a fuga de capitais enfraqueceram ainda mais a posição da Venezuela no contexto internacional, tornando sua inclusão em um bloco como o BRICS questionável.

4. Pressão Internacional pela Democracia: A crescente pressão internacional para que a Venezuela transite para um sistema democrático gerou um ambiente de desconfiança em relação ao regime de Maduro, afetando sua viabilidade como membro do BRICS, que promove a cooperação entre países que compartilham certos valores e princípios democráticos.

5. Isolamento Diplomático: A falta de apoio de outras economias emergentes e o isolamento em que o regime de Maduro se encontra dificultam sua inclusão em um grupo que busca fortalecer as relações entre seus membros.

 Um Golpe nas Aspirações do Regime Chavista

A exclusão da Venezuela do BRICS não é simplesmente um tema de prestígio; é um reflexo da crítica situação econômica e política que enfrenta o regime de Maduro. Analistas sugerem que essa decisão indica uma mudança no apoio por parte de economias emergentes em relação ao governo de Maduro, o que evidencia um isolamento crescente em um momento crítico para o país.

 

A Ascensão de Edmundo González Urrutia

Com a recente eleição de Edmundo González Urrutia como novo presidente, programado para assumir o poder em janeiro de 2025, pode haver uma mudança significativa na dinâmica política e diplomática da Venezuela. Se González Urrutia implementar reformas que promovam a estabilidade econômica e a democratização, poderá abrir novas oportunidades para que a Venezuela busque reingressar em foros internacionais como o BRICS. Seu enfoque em relação à cooperação internacional e à melhoria das relações pode ser crucial para revitalizar a imagem da Venezuela no âmbito global.

Implicações para o Futuro Político da Venezuela

A potencial exclusão da Venezuela do BRICS evidencia a necessidade de uma mudança na política interna, e a chegada de González Urrutia pode ser o primeiro passo em direção a uma reintegração do país no cenário internacional. A falta de acesso a foros de cooperação poderia intensificar o isolamento do regime sainte e minar ainda mais sua posição no âmbito global.

Conclusões: Um Futuro Incerto para Maduro e Novas Esperanças para a Venezuela

A exclusão da Venezuela do BRICS é um revés diplomático que também pode ser interpretado como evidência do enfraquecimento do regime de Maduro. Em meio a uma crise econômica sem precedentes e um panorama internacional desafiador, o apoio global se torna cada vez mais escasso. A evolução desses acontecimentos, especialmente com a chegada de Edmundo González Urrutia ao poder, será crucial para determinar o destino da Venezuela e seu lugar na comunidade internacional, ressaltando a urgência de um enfoque renovado que permita ao país reintegrar-se à comunidade global. Esse futuro incerto requereria um plano de reconstrução em todos os aspectos da Venezuela como país a um altíssimo custo, o qual a Venezuela possui recursos para poder sair de sua situação corrente e marcar um futuro econômico mais viável para sua recuperação.

 

William Acosta é o fundador e diretor executivo da Equalizer Private Investigations & Security Services Inc. Ele coordenou investigações relacionadas ao tráfico internacional de estupefacientes, lavagem de ativos e homicídios nos EUA e em outros países do mundo, como Alemanha, Itália, Portugal, Espanha, França, Inglaterra e, literalmente, toda a América Latina.

William foi investigador da Polícia de Nova York por 10 anos, 2 anos no Departamento do Tesouro e 6 anos no Exército americano, com várias implantações internacionais por questões de comunicações e inteligência.

Jesús Romero prestou serviços no governo dos Estados Unidos por 37 anos, abrangendo funções militares, de inteligência e diplomáticas. Graduado pela Universidade de Norfolk com uma Licenciatura em Ciências Políticas, também completou a preparação Pré Voo de Aviação Naval e serviu em diferentes capacidades, incluindo a bordo de um cruzador de mísseis nucleares e em esquadrões de ataque. Suas implantações incluíram Líbia, Bósnia, Iraque e Somália.

Sua carreira na área de inteligência teve atribuições chave com a Agência de Inteligência de Defesa (DIA) no Panamá, o Centro Conjunto de Inteligência do Pacífico no Havai e liderou os esforços dos Estados Unidos para a localização de pessoal desaparecido na Ásia. Ele se aposentou do serviço ativo em 2006, condecorado com numerosas medalhas, entre elas a Medalha ao Mérito de Defesa e a Medalha da Marinha por Comenda.

Estive 15 anos em serviço civil como Especialista em Operações de Inteligência no Departamento do Exército, no Grupo de Trabalho Conjunto Interagencial Sul na Flórida. Depois de se aposentar, trabalhou como contratado de defesa para a BAE Systems e Booz Allen Hamilton.

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