16/07/2025 - politica-e-sociedade

Villarruel desafia Milei: Apoia leis opositoras e é acusada de "traición"

Por Valentino Palma

Villarruel desafia Milei: Apoia leis opositoras e é acusada de "traición"

A vice-presidente Victoria Villarruel protagonizou esta semana um forte enfrentamento com o presidente Javier Milei. A tensão explodiu quando ela permitiu uma sessão no Senado onde foram aprovadas leis impulsionadas pela oposição, como o aumento das aposentadorias e fundos para as províncias. Milei a acusou de “traição” e falou de uma tentativa de “golpe institucional”.

A sessão ocorreu na madrugada de quinta-feira, com maioria oposicionista. Ali foi votado um aumento de 7,2% nas aposentadorias, um adicional para pessoas com deficiência e mais fundos para as províncias. Essas medidas vão contra o plano de ajuste e economia que o presidente defende.

Ao saber, Milei reagiu nas redes sociais, muito irritado, e atacou diretamente Villarruel, chamando-a de “traidora”. A vice-presidente não se calou: o acusou de mal-educado, infantil, e de não entender os problemas reais do país porque vive “isolado em um palácio”. Além disso, disse que, se ele quer economizar, deveria começar pelos gastos do Governo com viagens e serviços de inteligência.

Mas este conflito não é um caso isolado na política argentina. Ao longo da história, houve vários confrontos públicos entre presidentes e seus vice-presidentes.

Em 2000, o então vice-presidente Carlos “Chacho” Álvarez renunciou após denunciar corrupção e se diferenciar do presidente Fernando De la Rúa, o que enfraqueceu gravemente o governo da Aliança. Em 2008, o vice-presidente Julio Cobos, durante o mandato de Cristina Fernández de Kirchner, votou contra o projeto de retenções móveis no Senado, rompendo politicamente com o Executivo. Mais recentemente, durante o governo de Alberto Fernández, houve tensões fortes com sua vice, Cristina Kirchner, especialmente em decisões econômicas e de gestão, que se tornaram evidentes em cartas públicas e mensagens indiretas.

Este conflito deixa claro que a relação entre ambos está rompida. Já desde dezembro havia sinais de distância, mas agora se tornou público e direto.

O confronto entre Milei e Villarruel marca uma forte crise dentro do próprio governo. Enquanto o presidente se mostra firme com seu plano econômico, a vice-presidente se aproxima mais de temas sociais e provinciais. A poucos meses das eleições de outubro, essa briga interna pode mudar o rumo do país e enfraquecer a imagem do governo.


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