Da mesma maneira que fiz com o Ethereum, vou analisar os dados de vários indicadores para ver estruturalmente quais foram as diferenças do Bitcoin entre seus máximos históricos de 2021 e 2025.
Primeiro, compartilho o quadro comparativo geral. Depois explicarei com conclusões didáticas o que representam esses dados:

Observação: Em todos os gráficos on-chain, a linha branca é o preço do Bitcoin.
• Fundos de investimento
As participações de BTC nas mãos de fundos praticamente dobraram (+91 %), passando de 695.000 para 1.300.000. No que diz respeito à sua representação em USD, o aumento foi ainda maior (+244 %), devido ao aumento do preço do Bitcoin, que passou de 48 bilhões para 165 bilhões de USD. Paralelamente, o volume médio transacionado por essas instituições cresceu quase dez vezes (+979 %), ao escalar de 340 para 3.600 milhões de USD.
Conclusão: Essas diferenças entre 2021 e 2025 demonstram como, durante os anos intermediários, o Bitcoin iniciou sua etapa de adoção institucional, impulsionada por sua chegada a Wall Street em 2024 e pela agenda regulatória pró-cripto dos Estados Unidos, que começou apenas este ano.
Área verde = quantidade de BTC comprados pelos fundos de investimento:

Área verde = volume de comércio institucional (USD):

Sobre este ponto, recomendo ler a última nota que escrevi sobre o assunto:
- Commodities Digitais: Bitcoin e Ethereum: https://fin.guru/es/tecnologia-e-innovacion/digital-commodities-bitcoin-and-ethereum-3epklrs4ao
Temas abordados:
A) Primeiras leis federais pró-cripto dos EUA.
B) A evolução institucional de Bitcoin e Ethereum.
C) Ethereum e seu ecossistema.
D) A narrativa de Wall Street.
• Depósitos em CEXs
Atualmente, há menos oferta disponível em exchanges centralizadas (bancos de criptomoedas, como por exemplo Binance) do que durante 2021. Os Bitcoins depositados lá caíram 24 %.
Conclusão: A baixa oferta de BTC nos CEXs gera um ambiente propenso a que sejam realizadas menos vendas.
Linha roxa = quantidade de BTC depositados em CEXs:

• Atividade na rede
Os dados on-chain mostram uma rede com mais movimentação em operações, embora quase sem mudanças na quantidade de endereços ativos. O número de transações cresceu de 300.000 para 483.000 (+60 %), enquanto as wallets ativas recuaram ligeiramente, em 3 %.
Conclusão: O uso da blockchain do Bitcoin se mantém sólido, com um maior volume de transações, apesar da leve queda que houve na quantidade de endereços ativos.
Linha roxa = quantidade de transações realizadas na blockchain do BTC:

• Derivados
O interesse aberto (quantidade de USD comprometidos no mercado de derivados) é hoje 2,55 vezes superior ao registrado em 2021 (+155 %), ao crescer de 15.600 para 40.000 milhões de USD.
A taxa de financiamento caiu -61 %, o que indica um mercado com posições longas e curtas mais balanceadas em relação ao cenário de quatro anos atrás.
Em termos de liquidações, as posições longas aumentaram em +31 %, enquanto as curtas registraram um salto mais pronunciado (+50 %). Isso indica que ocorreram squeezes em ambos os lados, com maior repercussão do lado baixista.
Conclusão: O crescimento do interesse aberto, juntamente com um funding mais moderado e um aumento de liquidações, configura um mercado de derivados maior e mais dinâmico do que em 2021. Essa combinação eleva a probabilidade de que o Bitcoin seja volátil, o que torna indispensável uma gestão de riscos prudente com stop loss (ordem de venda que é executada automaticamente ao alcançar o preço definido previamente) ao operar.
Linha roxa = USD comprometidos no mercado de derivados:

• Caso queira ver esta mesma análise, mas sobre Ethereum, compartilho o link:
- Ethereum: Quais diferenças mostram os indicadores entre 2021 e 2025?:
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