Neste artigo, compartilharei a minha experiência no desenvolvimento de produtos digitais e como a abordagem no design UX/UI de uma perspectiva de inclusão centra-se em criar produtos acessíveis para pessoas com diferentes tipos de deficiência, incluindo a visão, a audição ou a motora. É importante ter em conta que, de acordo com estatísticas da Organização Mundial de Saúde (OMS), estima-se que mais de 1.000 milhões de pessoas, ou seja, 15% da população mundial, tem algum tipo de deficiência. É por isso que é fundamental que os designers de produtos digitais considerem a acessibilidade como uma prioridade para garantir que seus produtos sejam inclusivos e possam ser utilizados por todas as pessoas, independentemente das suas limitações físicas.
A inclusão no design UX/UI não é apenas importante para cumprir os regulamentos e normas de acessibilidade, mas garante que todos os usuários possam ter uma experiência satisfatória ao interagir com o produto. Deste modo, não só melhora a imagem da marca, também se amplia a base de potenciais clientes.
Entre os padrões e princípios que os designers UX/UI devem seguir para criar produtos acessíveis incluem-se a utilização de cores contrastantes para facilitar a leitura de texto, o uso de descrições de imagens e alternativas de texto para pessoas com deficiência visual, e a inclusão de legendas e transcrições para pessoas com deficiência auditiva. Também é importante ter em conta a facilidade de uso para pessoas com deficiência motora, através de interfaces intuitivas e opções de navegação acessíveis.
DISEÑANDO PARA PERSONAS COM DISCAPACIDADE VISUAL
- Contraste de cor: considerar o uso de cores de alto contraste entre o fundo e o texto no design torna mais fácil para as pessoas com deficiência visual ler a informação no ecrã, além disso, permite que a informação seja mais fácil de entender.
- Tamanho do texto: garantir que o texto não esteja muito pequeno, nem demasiado comprimido é importante para que o texto seja legível, além de aumentar o tamanho do texto no ecrã ajuda as pessoas com deficiência visual a ler a informação com menos dificuldade.
- Descrição de imagens: fornecer descrições das imagens no ecrã é importante para as pessoas com deficiência visual que não conseguem ver a imagem em si. Estas descrições podem ser lidas pelos leitores de ecrã e permitem que a informação visual seja transmitida de forma mais eficaz.
- Uso de etiquetas de formulário: para pessoas com deficiência visual, pode ser difícil navegar por formulários online sem rótulos claros para cada campo. A inclusão de marcas claras nos campos de formulários ajuda as pessoas a navegar e completar o formulário de forma mais rápida e fácil.
- Legendas: incluir legendas no conteúdo audiovisual é uma excelente maneira de tornar o conteúdo acessível a pessoas com deficiência auditiva.
- Transcripções: oferecer a opção de transcrição de áudio para conteúdo como podcasts, apresentações e vídeos online também é importante para pessoas com deficiência auditiva.
- Desenho visual: é importante ter em conta o uso de gráficos, diagramas e outros elementos visuais para fornecer suporte e complementar o conteúdo auditivo.
- Alertas visuais: para pessoas com deficiência auditiva, a classe de alertas sonoros pode não ser efetiva. Incluindo alertas visuais no design da interface de usuário, por exemplo, mudanças de cor ou um contador de notificações, ajudam essas pessoas a manter-se assim das notificações.
DISEÑANDO PARA PERSONAS COM DISCAPACIDADE MOTORA:
- Desenho de teclado e navegação: é importante projetar uma interface de usuário que seja de fácil navegação com teclados e dispositivos de entrada alternativos, por exemplo, um mouse para cabeça ou um joystick. É importante, por sua vez, que o desenho do teclado tenha em conta o tamanho e a localização das teclas, para que sejam confortáveis de alcançar e usar.
- Desenho de botões e controles: para além do mencionado no ponto anterior, é importante fornecer um feedback tátil e visual para indicar quando um botão ou controle foi selecionado.
- Acessibilidade móvel: as aplicações móveis devem considerar em seu design o incorporar funções de acessibilidade intrínsecas ao dispositivo, como controle por voz, para facilitar o acesso às mesmas.
Essa é uma sumeira enumeração de alguns dos recursos que podemos fornecer aos nossos usuários, pois incluir o design UX/UI uma perspectiva inclusiva é um tema cada vez mais relevante e necessário em nossa sociedade. A responsabilidade de criar soluções digitais acessíveis para todos os usuários não é apenas uma responsabilidade ética e moral, mas também uma oportunidade para criar soluções mais inovadoras e eficientes.
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