14/07/2023 - tecnologia-e-inovacao

A genética: uma mina de ouro que levamos dentro

Por pablo ortega

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O poder do genoma: Avanços médicos e tecnológicos na era atômica

A medicina é um campo que tem vindo constantemente a evoluir desde os seus inícios e a avançar em sinergia com o desenvolvimento e a inovação tecnológica. Com novas invenções chegam perguntas de como isso pode beneficiar as pessoas, e que melhor benefício que garantir sua saúde. Hoje estamos na era atômica, podemos ver e analisar coisas menores que nunca e nas pessoas isso significa a análise do material genético. Estas são as instruções da vida e da morte, toda pessoa conta com instruções específicas de como se dará sua vida quase desde que nasce, a exceções de certas questões epigenéticas. Mas, por isso, o seu estudo é algo tão importante, pois se o genoma se compreende o funcionamento, ou a falha, do corpo humano. Com as ferramentas de hoje, é possível detectar doenças desde antes do nascimento, além de encontrar soluções para doenças que no passado eram uma sentença segura de morte. E o estudo do genoma não fica no ser humano, mas o estudo da genética de todos os seres vivos, que nos permitiu desenvolver e encontrar soluções para múltiplos problemas, e já que entendemos algo então tem a possibilidade, não só de usá-lo, mas de o manipular.

A revolução da terapia genética e da medicina personalizada: Melhorando a saúde através do conhecimento do genoma humano

Então, a compreensão do genoma humano permite o diagnóstico de doenças com grande precisão, mas o que é a terapia genética também se tornou essencial na saúde da atualidade. E quando falamos de terapia genética costuma pensar em coisas muito complexas, como manipulação genética, substituição de genes ou coisas pelo estilo, mas desde as vacinas de ARN pode-se dizer que já todas as pessoas, ou pelo menos aquelas que receberam estas vacinas, são geneticamente modificadas. Isto porque estamos a introduzir partes muito específicas do genoma viral dentro dos nossos corpos, ninguém está a ser modificado e ninguém está a fazê-lo mutante, mas desde esta simples ação, já estamos a ver como o conhecimento do ADN e ARN, não só do humano, mas dos seres vivos, e o que são os vírus, nos permite melhorar exponencialmente a forma como abordamos os problemas de saúde. E pouco a pouco começa a surgir o termo de “medicina personalizada”. Este conceito surge há muito tempo a partir do projeto do genoma humano, já que se chegarmos a conhecer na sua totalidade o genoma e conhecer perfeitamente que fazer cada coisa, codificante ou não, poderíamos fazer tratamentos extremamente precisos e projetados para cada pessoa. Não apenas em temas de desordens genéticas, mas sim saber como o corpo de cada quem reage a certas coisas, ou que tipo de apoio oferecer ao corpo para maximizar a eficiência dos tratamentos. Aqui as técnicas moleculares cumprem um papel extremamente importante, pois são precisamente as ferramentas que nos permitem conhecer e determinar com precisão o comportamento genético de cada pessoa frente a certos estímulos. O que os microarreglos ou as RT-PCRs nos permitem observar rapidamente como é que o corpo reage a nível molecular, e seu desenvolvimento é básico para continuar com o caminho para um mundo de tratamentos personalizados.

Partindo um pouco da utilidade do estudo genético em humanos, a engenharia genética deu saltos revolucionários graças à compreensão que temos do genoma em outros organismos, principalmente nos microrganismos. A produção de produtos biológicos em bactérias tem sido algo que genuinamente mudou o panorama por completo, não só na área da saúde, mas também na agricultura, indústria, alimentos e em muitas outras. As proteínas recombinantes, por exemplo, são uma das inovações mais importantes do último século, melhorando exponencialmente tratamentos como o da diabetes, onde a extracção de insulina de porco era significativamente eficaz, cara e complexa de obter, a utilizar a bactéria Escherichia coliA melhor amiga da biotecnologia. Esta bactéria foi modificada para a produção de insulina humana, o que permitiu reduzir exponencialmente os custos, além de aumentar sua eficiência quanto ao tratamento. Mas isso não é o único, as bactérias tornaram-se uma fonte enorme de múltiplas proteínas recombinantes que cumprem a função de tratamento, diagnóstico e pesquisa. E embora as bactérias sejam as principais envolvidas neste tipo de produção, existem hoje leveduras, fungos, e mesmo plantas que foram modificadas para continuar a desenvolver este campo de proteínas recombinantes. A planta do tabaco, um cultivo que tem mais do que estudado e padronizado ao redor do mundo, é uma das melhores plantas para modificar e converter em uma produtora de proteínas recombinantes; seguindo a insulina, parece ser que agora se pode produzir em lechuga, algo que seria verdadeiramente revolucionário na luta contra a diabetes.

Resumindo um pouco, o estudo da genómica, a proteómica, a epigenética e mais do que nada as ciências ómicas é algo que realmente vale a pena. Cada vez têm mais e melhores procedimentos que abrangem muito do que a saúde trata o tempo todo. Entender a um nível molecular ADN, ARN e também proteínas e outros metabolitos, representa conhecer os blocos de construção da própria vida, e como mencionei anteriormente, quando você conhece alguma coisa detalhada, pode mudar e melhorar. E não necessariamente se deve tratar de elevar a eugenética a um estado divino ou perfeito, mas se se trata de ajudar o mundo a alcançar novos limites e nos livrar dos problemas que assolam o mundo, pois enquanto mais pesquisa se faça nesses campos, mais fácil será levar esta ciência a todas as pessoas, afinal e ao cabo todos somos praticamente iguais, todos somos formados do mesmo, pelo que todos deveríamos ter a capacidade de entender e aproveitar aquilo que nos une.

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pablo ortega

pablo ortega

Olá, sou Pablo Ortega Ferron, estudante do curso de Biotecnologia na Universidade Anáhuac, atualmente desenvolvendo meu projeto de graduação focado em observar os diferentes efeitos que o diabetes mellitus tipo 2 tem sobre a memória e o aprendizado. Tenho um interesse especial na pesquisa clínica, principalmente focado em biotecnologia médica e temas de genética.

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