Há cerca de 5 horas - tecnologia-e-inovacao

Aprendizagem e neurônios

Por BIOclubs

Aprendizagem e neurônios

Todos nós já tivemos que memorizar um texto para um exame, aprender a resolver equações, entender as regras de um esporte ou as notas de um instrumento em algum momento da vida. Foram muitas as vezes em que ficamos frustrados por não conseguir memorizar aquela lista de temas fundamentais para passar naquele exame, e pior ainda, a decepção de reprovar por esquecer exatamente aquela parte que havíamos estudado.

Mas... Como isso funciona? O que é a aprendizagem e como se relaciona com a memória? 

De acordo com a neurociência, considera-se que aprendizagem é uma mudança duradoura no comportamento ou a aquisição de conhecimento ao longo do tempo. Geralmente, esse processo ocorre graças à repetição, que facilita a recuperação do que foi aprendido por meio da memória; ambos os processos têm como cenário principal o nosso cérebro.

O cérebro e suas conexões

O cérebro é formado por neurônios, células especializadas capazes de transmitir informações na forma de impulsos elétricos. Essa comunicação entre neurônios é realizada graças a moléculas químicas, os neurotransmissores, que são liberados no espaço sináptico e recebidos pelos receptores dos neurônios vizinhos, transmitindo dados e permitindo seu processamento. Aqui está a chave: a força e eficácia dessa comunicação podem ser alteradas pela experiência e pela repetição, características que conhecemos como plasticidade neuronal; a base da aprendizagem e da memória.

Vamos aprofundar um pouco mais: existem diversos neurotransmissores, excitatórios e inibitórios, que afetam a comunicação entre neurônios. O glutamato é um neurotransmissor excitatório, ou seja, estimula a passagem de informação pelo corpo. 

Quando repetimos uma tarefa várias vezes, por exemplo, ao praticar um esporte ou resolver exercícios, certos neurônios são estimulados juntos de forma reiterada, o que reforça sua comunicação e torna a conexão mais sólida e duradoura. Em poucas palavras, os neurônios que se ativam juntos de forma reiterada se conectam mais forte depois.

Esse fenômeno foi descoberto em 1973 por Bliss e Lomo, neurofisiologistas, que denominaram esse processo de Potenciação a Longo Prazo (LTP, na sigla em inglês). O glutamato inicia e mantém essa potenciação, sendo o principal mensageiro químico excitatório do cérebro.

Durante a LTP, ocorre a formação de novas espinhas sinápticas (locais de contato entre neurônios), e aumenta a produção de proteínas que promovem mudanças estruturais estáveis nas células nervosas. Tal é a importância disso que muitos estudos afirmam que a perda de memória na doença de Alzheimer é resultado de algum tipo de alteração na LTP. 

Em resumo, a aprendizagem depende de mudanças estruturais em nosso cérebro, deixando marcas em nosso sistema e permitindo que recuperemos essas informações quando necessário. 

Aristóteles: “Nós somos o que fazemos repetidamente. A excelência, então, não é um ato, mas um hábito.”


Por Lu Ronner, aluna do curso de Biotecnologia da UADE

Deseja validar este artigo?

Ao validar, você está certificando que a informação publicada está correta, nos ajudando a combater a desinformação.

Validado por 0 usuários
BIOclubs

BIOclubs

YoutubeInstagram

Visualizações: 10

Comentários

Podemos te ajudar?