14/03/2022 - tecnologia-e-inovacao

NFTs em Gaming: Por que não são aceitos?

Por tomas klaric

NFTs em Gaming: Por que não são aceitos?

Quando falamos de NFT ou Non-Fungible Token o primeiro que ocorre é arte digital, música ou até tokens que oferecem acesso exclusivo a determinados lugares. No entanto, é algo que está a ressoar cada dia mais dentro do mundo gaming e grande parte da comunidade hoje não a aceita.

Hoje em dia existem inúmeros jogos fortemente dedicados ao trading de NFTs que foram gerando uma comunidade dentro do gaming.

Um dos pioneiros nisso foi Crypto Kitties um jogo em que permitia aos usuários comprar NFTs de estimação para depois criar ou modificar. Incentivando fortemente os usuários de trocar com outras pessoas ou até vendê-las criando assim uma micro economia dentro do jogo gerando um mercado milionário.

Por outro lado, outro jogo com grande renome é "Axie Infinity" com uma modalidade muito similar ao exemplo anterior, mas com uma diferença chave, um sistema de combate. O usuário pode treinar esses animais de estimação e lutar contra outras pessoas para ganhar tokens que depois podem ser vendidos por crypto.

A comunidade que se formou a partir desses jogos está mais orientada para o mundo de trading ou finanças, que não busca qualidade gráfica ou um multijogador online de grande calibre, mas focando-se mais em como poder tirar um ganho enquanto jogam. Isto é conhecido como P2E ou Pay to Earn. É por isso que o custo para o desenvolvimento desses jogos é relativamente “barato” comparado aos projetos triplo A (projectos desenvolvidos e distribuídos por grandes empresas dentro do gaming).

Mas o que acontece quando se quer integrar os NFT nas grandes empresas do gaming e sua comunidade?

Em 7 de dezembro de 2021, a Ubisoft (um dos 5 estudos com maior renome dentro da indústria) anunciou “Quartz” uma plataforma onde os usuários poderão comprar ou trocar cosméticos para seus personagens em determinados jogos da empresa criando assim uma economia dentro da Ubisoft completamente à base de NFTs.

Se nos colocarmos a analisar isto, a Ubisoft estaria querendo imitar jogos como Axie criando uma rede descentralizada. Mas o único problema com isso é que, ao contrário de Axie, que seus NFTs podem ser trocados em qualquer região do mundo, a rede da Ubisoft funciona em algumas regiões do mundo e dentro do seu ecossistema de propriedades intelectuais. E estes cosméticos só podem ser trocados em apenas duas plataformas third-party. Gerando que não seja uma rede 100% descentralizada.

Este anúncio causou total rejeição na comunidade mais purista do gaming, pelo simples fato de querer se subir ao trem dos NFTs quando grande parte desta comunidade só busca jogar videogames por hobby.

Na minha opinião, sempre fui partidário da inovação como de se reinventar dia a dia. Por isso não vejo isso como algo prejudicial para a indústria a tentativa da Ubisoft para integrar NFTs em projetos em grande escala, mas fizeram isso no momento errado onde a grande maioria da comunidade não entende 100% o que é um NFT. Para dar um exemplo, acho que estamos parados na mesma posição que há 25 anos com a internet. Todos falavam disso, mas ninguém sabia o verdadeiro potencial que podia ter.

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tomas klaric

tomas klaric

Olá, sou Tomás. Dedico-me ao desenvolvimento de jogos eletrônicos triplo A. Sou um apaixonado pelo que faço e me interessa muito seguir o dia a dia de desenvolvimentos que tenham que ver com tecnologia/gaming já que é uma área em constante atualização e crescimento.

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