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Espaguetização: o fenômeno cósmico que desafia a NASA

Por BIOclubs

Espaguetização: o fenômeno cósmico que desafia a NASA

Imagem de buraco negro mais perto da Terra

Imagine-se num domingo em casa ao meio-dia, reunindo-se com seus entes queridos para passar o dia, e sua avó preparando de prato principal uns espaguetes com molho.

Todos na mesa sabem que assim que a panela tocar a mesa, não vai sobrar nem um macarrão vivo. Quando você começa a enrolar os fios no garfo, percebe que são extremamente longos e, por mais que um italiano fique bravo, você vai ter que cortá-los para conseguir comê-los. É uma luta cara a cara entre sua boca e o comprimento dos fideos.

Agora, leve essa mesma imagem para uma escala cósmica. Imagine que, em vez de você com seu garfo, a que enfrenta o estiramento infinito é uma estrela completa. E em vez de sua boca aguardando o pedaço, o que a espera é um buraco negro, com um apetite que faria sua avó corar num domingo.

A gravidade começa a puxar mais forte de um lado do que do outro, como se as extremidades da estrela fossem dois fios diferentes. O resultado: a estrela se estica, se torce e se rompe até se transformar em um verdadeiro espaguete cósmico.

Esse processo tem um nome próprio: espaguetização. E, embora soe engraçado, é um dos fenômenos mais extremos e violentos que conhecemos no universo.

Um buraco negro é um ponto de alta densidade no Universo, gerado como resultado da explosão de uma estrela na forma de supernova nas últimas fases de sua vida. A força de gravidade que eles geram é tão potente que praticamente nenhum objeto que entre nele pode sair, nem mesmo a luz. A essa gravidade, os astrônomos a chamam de “forças de maré”, e são justamente essas marés espaciais que transformam as estrelas que passam perto dos buracos negros em fios de matéria, iluminando o universo com flashes tão brilhantes que às vezes superam toda uma galáxia.

Poderia a Terra cair em um buraco negro?

Os buracos negros são reais e existem em nossa galáxia, mas o mais próximo está a cerca de 1.600 anos-luz. Isso significa que precisaríamos viajar uma distância impossível até mesmo para a luz em várias vidas humanas para alcançá-lo.

Além disso, a Via Láctea possui um buraco negro supermassivo em seu centro (Sagitário A), mas ele está a 25.000 anos-luz da Terra. Longe demais para nos afetar.


*Imagem de Sagitário A tirada por um Event Horizon Telescope.

A gravidade de um buraco negro é perigosa apenas se você se aproximar demais dele. Se o Sol fosse repentinamente substituído por um buraco negro da mesma massa, a Terra continuaria orbitando normalmente: não seríamos lançados nem cairíamos. A grande diferença seria que ficaríamos sem luz e calor.

A espaguetização nos mostra que o universo pode ser tão poético quanto imponente e, se olharmos sob uma perspectiva científica, é uma janela que nos permite estudar esses gigantes ocultos que habitam as galáxias.

Portanto, da próxima vez que estiver diante de um prato de espaguetes no domingo, pense que lá fora, em algum canto do cosmos, uma estrela inteira pode estar vivendo seu último almoço.


Por Sol Aebi, estudante de Biotecnologia da UADE

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