Apesar da tempestade de críticas que recebeu o Deportivo Riestra, vou tomar uma frase de Salvador Dalí para exemplificar o que me pareceu a jogada de Marketing Digital de Riestra: “Que falem bem ou mal, o importante é que falem de mim, embora eu confesse que gosto que falem mal, porque isso significa que as coisas vão muito bem para mim. Dos medíocres não fala ninguém, e quando falam, só dizem maravilhas.” Ouvi e li muitos comentários negativos sobre essa jogada que, a meu ver, é muito eficaz para o Riestra se fazer conhecido e gerar um impacto em seu posicionamento na Liga. Não apenas por isso, o Riestra vem demonstrando coisas diferentes, DJs nos jogos, bebidas energéticas no intervalo, um formato ao qual os tradicionalistas não estão acostumados, nem imaginam, nem pensam; demonstraram que com um custo irrisório é possível impactar e gerar discussões que mudem os padrões do tradicional, do que é eticamente correto. Agora me pergunto, onde estão esses defensores da ética quando os boxeadores profissionais são afetados pelas "noitadas" dos streamers? Onde estão quando os streamers se metem de cabeça no jornalismo esportivo sem ter cursado uma disciplina com Don Niembro? Não ficam alarmados com a Kings League? que multiplica seus números a cada ano? que leva jogadores profissionais para o streaming e depois os retorna ao profissionalismo, como por exemplo, Nico Gaitán? Onde estão esses defensores das éticas e boas costumes quando designam árbitros à dedo, quando realizam eleições democráticas com lista única, onde estão? Digo onde estão: batendo em um garoto streamer que está realizando um sonho, aí estão, exatamente como criticam, se agarrando à moda, se apegando aos algoritmos, para estar, para aparecer nas buscas, para que seu perfil tenha mais visitas, aí estão deixando tudo para ter 2 segundos de visualizações que o Spreen tem.
O Riestra mostrou ter coragem e visão, coisa que muitos clubes não têm, esses mesmos clubes que deixam os torcedores organizados entrarem de graça no estádio, que lhes oferecem todos os negócios do clube, à frente dos sócios? De que respeito ao sócio estão falando? Eles buscam que o status quo do futebol não se rompa, que a máquina continue cobrando, que o modelo Grondona seja copiado e colado eternamente, isso é o que defendem aqueles que criticam o Riestra.
Respeito ao futebol argentino? Que respeito? O mesmo que limpa o pescoço de Chiqui Tapia quando transpira. Terminou a era da hipocrisia, estamos na era da verdade, onde o usuário comum, o sócio, o cidadão tem toda a informação ao seu alcance e pode condenar um ato sem que esses gurus da ética e bons costumes lhe digam o que pensar.
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